Dirigente da ONU diz que Moçambique precisa de 30 anos para fazer transição económica
"Moçambique não vai resolver os seus problemas de transição económica em três ou quatro anos, vai levar 20 a 30 anos", disse o representante do Instituto Mundial da Universidade das Nações para Pesquisa em Economia do Desenvolvimento (ONU Wider).
Alan Roe falava como orador principal, em Maputo, num fórum público sobre alternativas políticas económicas e sociais para Moçambique, enquanto exportador de gás natural.Nos próximos trinta anos o país deve usar estas receitas para dar mais formação às futuras gerações, prevendo que a "Universidade Eduardo Mondlane vai deixar de ser apenas uma instituição de ensino, para ser de pesquisa", exemplificou.Para chegar a esse ponto, o país deve ser "disciplinado" e não esperar que sejam instituições internacionais a tratar dessa disciplina, alertou."O Parlamento deve ter contribuições para evitar o que se viu no Brasil", exemplificou, numa alusão às implicações do caso da operação Lava Jato.Alan Roe referiu que o país pode tirar grandes proveitos do gás, utilizando-o para produzir energia elétrica, ou seja, "o país tem oportunidades do lado fiscal e para criar novas indústrias".O dirigente da ONU falou também da necessidade absoluta de diversificar a economia do país por duas razões: o gás há de acabar e o país não controla os preços dessa matéria-prima.