Diretor do Correio da Manhã tem "orgulho" na reportagem sobre vida de Sócrates em Paris

O diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, reagiu hoje às acusações de José Sócrates contra o seu jornal, manifestando "orgulho" no "trabalho jornalístico" feito em Paris e considerando "vis" as declarações do ex-primeiro-ministro na entrevista à RTP.
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"Não fazemos campanhas contra ninguém. Cumprimos o nosso papel e o nosso compromisso faz-se com os cidadãos", começou por dizer em declarações à Lusa o diretor do Correio da Manhã.

"Alguém que é um ex-primeiro-ministro será sempre alvo do nosso escrutínio. Não são as acusações vis do senhor Sócrates que nos desviam do nosso caminho", acrescentou.

O jornalista acrescentou que o título que dirige teve uma equipa de reportagem em Paris durante 3 dias "a verificar o que fazia José Sócrates, onde comia, onde vivia, a saber como era a universidade onde andava".

"E mantemos as contas que fizemos. A vida que José Sócrates tinha em Paris apontava para custos mínimos de 15 mil euros por mês", sublinhou Octávio Ribeiro.

"Foi um trabalho jornalístico de que o Correio da Manhã se orgulha", rematou a mesma fonte.

Em entrevista concedida na quarta-feira à RTP, o ex-primeiro-ministro considerou uma "calúnia" a ideia de que tem uma vida de luxo em Paris e afirmou que contraiu um empréstimo para suportar um ano de estudos na capital francesa.

José Sócrates fez duras críticas à cobertura jornalística do Correio da Manhã, que acusou de lhe mover uma "campanha ignóbil" a propósito do seu estilo de vida em Paris, para onde foi viver e estudar ciência política, depois de sair do governo.

"É mentira que eu tenha uma vida de luxo em Paris, é também mentira que tenha sido recusado por três vezes pela universidade, basicamente insinuando que tinha um comportamento de que se devia duvidar", disse.

Nesse contexto, Sócrates referiu que tem uma única conta bancária há mais de 25 anos, que nunca teve contas a prazo, nem ações, nem 'off-shores', nem contas no estrangeiro.

"A primeira coisa que fiz quando saí de primeiro-ministro foi pedir ao meu banco um empréstimo para ir viver um ano para Paris, sem nenhuma responsabilidade ao nível profissional. Fiz esse ano de estudo, um ano e meio, e agora recomecei a trabalhar", declarou.

Sobre a questão da inscrição na universidade, Octávio Ribeiro reiterou, no essencial, o que o Correio da Manhã publicou em outubro de 2011.

"A inscrição de José Sócrates [no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Sorbonne] contou com o empenho de diplomatas portugueses, mas nós não achamos isso mal, desde que qualquer cidadão português conte com o mesmo apoio", disse à Lusa o diretor do Correio da Manhã.

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