Diogo Jota bate recordes e liberta o melhor FC Porto da época
O melhor FC Porto da época goleou ontem o Nacional, na Choupana, por 4-0 - igualando o maior triunfo do historial de confrontos na Madeira -, ao ritmo de Diogo Jota. Na estreia a titular, o avançado de 19 anos cedido pelo Atlético de Madrid assinou um "hat-trick" antes do intervalo e libertou os dragões para o melhor futebol da temporada.
O FC Porto chegou à Choupana com a segunda pior média de golos dos últimos oito anos, mas Diogo Jota simplificou tudo à sua volta. Ao lado de André Silva no ataque, numa rara dupla de avançados portugueses do FC Porto, o ex-Paços de Ferreira foi uma ameaça constante para a baliza do Nacional e só precisou de 11 minutos para marcar, a passe de Héctor Herrera.
Num 4x4x2 que deu a Jota e André Silva liberdade para baralharem a defensiva do Nacional, sob a batuta dos "maestrinhos" Óliver e Otávio, o jovem natural de Massarelos (Porto) ampliou a vantagem aos 38', a passe de André Silva, e aos 44' celebrou o primeiro "hat-trick" da carreira como senior, ao corresponder de cabeça a um cruzamento de Layún.
Com um "hat-trick" na sua estreia a titular na I Liga, Diogo Jota conseguiu uma façanha única em três quartos de século no FC Porto. Desde 1940, quando o jugoslavo Petrak marcou três numa goleada por 11-0 ao Vit. Setúbal, que nenhum jogador do FC Porto fazia três golos na sua primeira titularidade no campeonato.
Ao intervalo o resultado estava praticamente feito, mas a equipa de Nuno Espírito Santo nunca tirou o pé do acelerador. Contrariando a postura assumida em jogos anteriores, na qual recuava e entregava a iniciativa de jogo ao adversário após ganhar vantagem no marcador, desta vez o FC Porto nunca abdicou de atacar e foi premiado com mais um golo, por André Silva, a passe do brasileiro Otávio, aos 58 minutos.
Poderiam ter sido mais, mas Layún atirou à trave (89'), após Tobias Figueiredo ter sido expulso, e os dragões tomaram a liberdade de adornar mais os lances no ataque, com a equipa de regresso ao 4x3x3 para os últimos 20 minutos. Nuno Espírito Santo aproveitou então para dar minutos a Maxi Pereira, Brahimi e Rúben Neves, num jogo dominado por completo pelo FC Porto e no qual Iker Casillas não precisou de realizar uma única defesa, muito graças à forma como Danilo Pereira montou uma parede à frente dos centrais, "varrendo" tudo o que lhe apareceu pela frente nas tentativas de ataque do Nacional.
Diogo Jota levou a bola do jogo para casa e ajudou o FC Porto a conseguir algo que já não fazia há 13 anos: ter quatro golos marcados por portugueses no mesmo jogo. Na última vez que tal tinha acontecido... Nuno Espírito Santo marcou pelo FC Porto. Aconteceu em 2003, na Taça de Portugal, numa goleada por 7-0 ao Varzim, na qual José Mourinho deixou que fosse o então guarda-redes a bater uma grande penalidade.
"Sabia que tinha de esperar a vez"
"Foi muito bom. Tinha uma oportunidade, a primeira de jogar de início, dei o meu melhor e felizmente consegui fazer uma boa primeira parte. Mas o mais importante é a equipa, não sofremos golos", destacou no final Diogo Jota, indiscutível figura do jogo, que não estranha que só agora tenha jogado de início neste FC Porto, apesar de a concorrência para o ataque, com a exceção de Otávio e André Silva, estar longe do seu melhor nível. "A equipa já estava montada e eu sabia que tinha de esperar pela minha oportunidade", referiu, destacando a reação da equipa à derrota em Leicester: "As grandes equipas não podem perder duas vezes. Depois de uma derrota, tínhamos vontade de vencer a dobrar."