Dilma critica fuga de opositor boliviano
A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, condenou na sexta-feira, durante uma reunião com o o homólogo boliviano, Evo Morales, a forma como o senador Pinto Molina foi levado ao Brasil, informou a diplomacia de Brasília.
Pinto Molina passou mais de 400 dias na embaixada brasileira na Bolívia e foi transportado para o Brasil no último domingo por iniciativa pessoal do diplomata Eduardo Saboia, que representava a missão brasileira em La Paz, após um diagnóstico médico indicar pioras no estado de saúde do senador opositor de Morales.
Oficialmente, a viagem dependia da obtenção de um salvo-conduto, que deveria ter sido dado pelo Governo boliviano para que o senador, acusado de corrupção no seu país, pudesse circular sem ser preso.
O diplomata responsável pela decisão alegou, no entanto, que as negociações para a obtenção do documento estavam praticamente paralisadas.
O episódio levou à saída do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na última terça-feira. Luiz Alberto Figueiredo assumiu a pasta na quinta-feira e acompanhou na sexta-feira a Presidente brasileira na VII reunião ordinária do Conselho de Chefes de Estado da Unasul (União das Nações Sul-Americanas).
Em conferência de imprensa divulgada pelo sítio da Presidência da República, Figueiredo garantiu que o episódio não irá alterar as relações entre Brasil e Bolívia.
Ainda de acordo com o novo ministro, um pedido de extradição do senador ainda não foi feito pela Bolívia.
"É uma hipótese que, se ocorrer, será julgado pelo Supremo Tribunal Federal", observou.