Diálogo entre pais e filhos
Compete aos pais aceitar, respeitar e conhecer as diferenças entre os filhos e aguardar o momento mais propício para as conversas.
Convêm aproveitar momentos de descontracção e evitar conversas em tom formal e com ordem de trabalhos anunciada. Os filhos abrem-se quando julgam oportuno, ou quando estão em condições de o fazer, não quando os pais decidem que tem de ser.
Para possibilitar uma educação mais eficaz e melhorar as relações familiares, devemos ter em atenção a forma como comunicamos.
Na comunicação em família devemos:
- Utilizar mensagens claras e inequívocas, evitando ambiguidades, mal-entendidos e confusões.
- Usar uma linguagem adequada à idade dos filhos, construtiva e útil, e procurar a compreensão dos seus motivos para encontrar pontos em comum acerca dos quais se possa chegar a acordo.
- Usar uma linguagem argumentada, racional e convincente. Clarificar os motivos e não dizer «porque sim».
- Exprimir opiniões coerentes com o nosso comportamento quando se lhes dão justificações e se debatem os porquês, o mundo ganha sentido e coerência.
- Quando necessário, manifestar firmeza, segurança e exigência adequadas às capacidades reais da criança e ser em geral flexível, tolerante, compreensível e fácil de entender.
Para educar participativamente, devemos rejeitar modelos demasiados rígidos e encorajar os filhos a exprimir opiniões e a proporem alternativas às nossas decisões. Se as crianças se sentirem escutadas e participarem na tomada de decisões, verão que são respeitadas e mostrar-se-ão igualmente respeitadoras em relação a nós.
Evitar o conflito. A maior parte das situações problemáticas, discussões e conflitos entre pais e filhos podem ser evitados se desde o início soubermos o que queremos, se aplicarmos critérios educativos adequados, se os informamos previamente e com clareza do pretendido, se os fizermos cumprir o que pretendemos, e se formos coerentes e persistentes na sua aplicação.
Quanto mais se discutem as razões para as regras de disciplina, quanto mais se envolvem os filhos nessas discussões, maior é a probabilidade de se promover a sua capacidade de compreensão, autonomia e responsabilidade.
As discussões e o dialogo acerca das razões subjacentes às regras orientadas de acordo com o desenvolvimento cognitivo da criança podem ajudar a promover o desenvolvimento da autonomia, autocontrolo, responsabilidade.