Dez pessoas detidas por lesa-majestade desde a morte do rei
As autoridades tailandesas detiveram dez pessoas pela alegada prática do crime de lesa-majestade desde que o rei Bhumibol Adulyadej morreu, a 13 de outubro, informaram hoje fontes policiais.
O vice-porta-voz da polícia Krissana Pattanachroen disse à agência Efe que, durante este período, foram emitidos 25 mandados de detenção contra outras pessoas, na maioria por publicarem conteúdos supostamente ofensivos contra a monarquia nas redes sociais.
A família real tailandesa não tem qualquer papel político oficial, mas exerce autoridade moral, sendo protegida por uma das leis lesa-majestade mais severas do mundo.
O crime de lesa-majestade, tipificado no Código Penal da Tailândia, prevê penas de entre três a 15 anos de prisão para quem criticar ou emitir comentários considerados insultuosos para a família real.
A morte de Bhumibol, que levava 70 anos no trono e era o mais antigo monarca em exercício, aumentou a perseguição de antimonárquicos.
O primeiro-ministro tailandês, o general Prayut Chan-ocha, anunciou na semana passada uma campanha para acionar os tratados de extradição com outros países a fim de conseguir a detenção e entrega de pessoas consideradas fugitivas por lesa-majestade.
As autoridades também solicitaram ajuda da Google para bloquear vídeos e portais que contenham mensagens consideradas injuriosas contra a família real.
Segundo membros do Governo (uma junta militar) citados pelo jornal Bangkok Post, na última semana, foram removidos cerca de 100 videos do YouTube, subsidiária da Google, e censurados cerca de 380 portais na Internet.
Desde que a junta militar tomou o poder, em maio de 2014, aumentaram as acusações e detenções por lesa-majestade.
Antes do golpe de estado, seis pessoas cumpriam penas por lesa-majestade na Tailândia, enquanto atualmente são mais de 60, segundo dados da organização local de defesa dos Direitos Humanos iLaw.