Dez famílias correm o risco de ficar sem electricidade em casa
Paredes. Empresa imobiliária alega não ter dinheiro para pagar conta da luz no prédio
Dez famílias e sete comerciantes correm o risco de, a partir do próximo mês, ficarem sem luz nas suas habitações e lojas comerciais. Isto porque o prédio onde vivem e trabalham, localizado em Recarei, apesar de ter licença de habitabilidade emitida pela Câmara Municipal de Paredes em Abril de 2007, continua a ter uma baixada de luz provisória.
Metade da factura dos últimos meses já teve de ser paga pelos inquilinos do Edifício Primavera, depois de a Civi Orbis - Empreendimentos Imobiliários, proprietária do prédio, ter comunicado aos moradores que não tinha capacidade financeira para pagar os 2017 euros da conta da luz. As obras do Edifício Primavera começaram em 2003 e dois anos depois as 32 fracções estavam concluídas. "Estive a viver três meses com luz de um gerador e meio ano com o cano da água a passar pelo meio da estrada nacional", recorda o primeiro inquilino.
A licença de habitabilidade, assinada pelo então vereador das Obras Particulares Joaquim Neves, foi emitida em Abril de 2007, altura em que sete das oito lojas já estavam ocupadas, assim como grande parte dos dez apartamentos actualmente habitados.
No entanto, nesta data, o prédio continuava a ser fornecido com a denominada luz de obras, sendo a factura da EDP paga, integralmente, pela Civi Orbis. Esta situação manteve-se até Setembro deste ano, mês em que esta imobiliária deixou de pagar a conta da luz. "Na semana passada, o engenheiro Correia apareceu cá a pedir aos moradores que pagassem os 2017 euros da factura. Alegava que a Civi Orbis não tinha dinheiro para pagar a conta e que aquele já era o segundo aviso da EDP, podendo a luz ser cortada a partir da segunda-feira seguinte", conta Sandra Coelho.
Os moradores reuniram-se na data limite de pagamento e acabaram por concordar em dividir o valor da factura por todos. Apesar deste entendimento, a revolta está instalada nas famílias e comerciantes.
José Correia, da Civi Orbis, responsabiliza a EDP pela actual situação existente em Recarei. "As infra- -estruturas, um ramal definitivo, estão prontas e a ligação chegou a estar feita por via aérea. Porém, a EDP mudou as regras e obrigou-nos a enterrar o cabo. Só temos de pagar cerca de dez mil euros na EDP para que estabeleçam a ligação definitiva, o que ainda não foi possível", explica.
Depois de já ter sido apresentada uma queixa na Câmara de Paredes, este caso poderá chegar a tribunal, uma vez que muitos dos inquilinos já contactaram um advogado.|