Detidos 2 gangues de assaltos com explosões a ATM

A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje à tarde mais um elemento ligado aos assaltos por explosão a caixas de multibanco, elevando para 10 o número de detidos no âmbito desta operação.
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Luís Neves, director da Unidade Nacional de Contra-Terrorismo (UNCT), da PJ, explicou que sete dos arguidos estão "directamente ligados aos assaltos com explosão na Península de Setúbal" e que os restantes três estão directamente ligados um a um assalto anterior a uma dependência bancária e os outros dois por possuírem material usado nos rebentamentos. Em causa estão seis assaltos a caixas de multibanco, sendo que apenas um foi consumado. Nos restantes, houve apenas destruição e fuga. Os arguidos directamente ligados aos assaltos incorrem no crime de furto qualificado e explosão consumada, admitindo o director da UNCT que relativamente a um dos grupos, o Ministério Público venha a pedir acusação por associação criminosa.

Ao princípio da tarde, a PJ anunciou que efectuou hoje uma "importante operação" de desmantelamento de estruturas criminosas que nos últimos dias roubaram caixas multibanco na zona da Península de Setúbal, através de explosões. O director da UNCT da PJ, Luís Neves, adiantou à agência Lusa que os detidos compõem "dois grupos distintos" a quem são imputados "vários assaltos" através de explosão na zona da Península de Setúbal, o primeiro deles ocorrido a 25 de maio passado. De acordo com o mesmo responsável, os dois grupos violentos mantinham um modo de actuação («modus operandi») "muito semelhante", embora um deles actuasse "de forma mais elaborada", mas sempre com recuso à "injecção de gás altamente explosivo" para rebentar as caixas ATM.

Um destes gangues será alegadamente responsável pela explosão na quarta-feira de uma caixa multibanco que arrasou uma papelaria na Rua D. Henrique, em Setúbal. Luís Neves disse ainda à Lusa que um destes grupos antes de iniciar a onda de assaltos às caixas ATM "estava relacionado com outro tipo de assaltos violentos", pelo menos um deles a uma dependência bancária na zona de Setúbal. Dos nove elementos identificados e detidos, sete deles "são fortemente suspeitos" de pertencerem às duas redes.

Os dois gangues, compostos por elementos já com antecedentes criminais, actuavam com "grande rapidez e de forma particularmente violenta, procedendo ao assalto de locais previamente vigiados", referiu a fonte, explicando que nem todos os assaltos foram consumados, pois na maioria das vezes destruíam as máquinas e não levavam o dinheiro", devido ao aparecimento da GNR e da PSP. "Este foi um esforço enorme da PJ, que num espaço de um mês apenas concluiu a investigação. Não vale a pena continuarem. Acionámos um conjunto de meios para combater esta nova forma de criminalidade e para desmantelar estes grupos e vamos conseguir prender toda gente", garantiu Luís Neves. Nesta investigação da UNCT, em estreita colaboração com o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), e onde foram recolhidos "importantes elementos probatórios", a Judiciária contou com a colaboração da Guarda Nacional República e da Polícia de Segurança Pública.

Os detidos, com idades entre os 20 e os 30 anos, vão agora ser sujeitos a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação, que poderão culminar com a prisão preventiva. Desde 04 de maio foram já assaltadas 22 caixas ATM através de explosões, nove das quais no distrito de Setúbal.

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