Destruição do Mar de Aral mostra que humanidade pode destruir o planeta, avisa António Guterres
"Visitar o Mar de Aral e ver quase morto aquele que foi o quarto mar interior maior do mundo causou-me uma grande comoção", disse António Guterres em comunicado.
O secretário-geral português usou o exemplo como um símbolo do que é "provavelmente o maior desastre ambiental" da atualidade, que deve ser tomado como uma "lição" para mobilizar "toda a comunidade internacional para implementar o Acordo de Paris".
Para António Guterres, o progressivo desaparecimento do Mar de Aral foi o resultado do "desgoverno" da humanidade em relação aos recursos hídricos e demonstra "que o homem pode destruir o planeta".
"Também demonstra que, se em relação às alterações climáticas não somos capazes de atuar energicamente para controlar o fenómeno, podemos ver este tipo de tragédia multiplicar-se pelo mundo", disse.
Após encerrar na sexta-feira a Conferência dos Oceanos, na sede da ONU, António Guterres viajou para o Uzbequistão para debater a mediação da ONU na prevenção e resolução de disputas motivadas pela partilha da água na Ásia.
O Acordo de Paris é um acordo mundial de combate às alterações climáticas que sofreu um revés com a decisão dos Estados Unidos de o abandonar.
A 01 de junho passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que o país se ia retirar do acordo sobre alterações climáticas, concluído a 12 de dezembro de 2015 na capital francesa.
O acordo foi assinado por 195 países, já foi ratificado por 147 e visa limitar a subida da temperatura mundial pela redução das emissões de gases com efeito de estufa.
Portugal ratificou o Acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.