Cavaco Silva despede-se das Forças Armadas no hospital

Comandante Supremo das Forças Armadas vai conhecer uma área da reforma militar que mais polémica gerou.
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Cavaco Silva realiza amanhã no Hospital das Forças Armadas (HFAR), em Lisboa, aquela que será a sua última visita oficial como Comandante Supremo.

O HFAR, resultante da extinção dos hospitais militares de cada ramo das Forças Armadas (FA) e sem que estivesse preparado para atender todo o universo de utentes que passou a afluir ao Lumiar, tem gerado grande contestação pela incapacidade de dar resposta adequada.

O Presidente da República visita pela primeira vez o HFAR a menos de uma semana das eleições presidenciais e, segundo fontes ouvidas pelo DN, ainda vai encontrar estruturas hospitalares instaladas em contentores, falta de algumas valências clínicas e, por exemplo, tempos de espera por consultas superiores ao necessário (em especial para os militares no ativo).

A unidade passou para a dependência do chefe do Estado-Maior--General das FA (CEMGFA) em maio de 2014. Nessa altura foram estabelecidos os montantes das obras a realizar até este ano: sete milhões de euros em 2014, quase dez milhões em 2015 e 981,9 mil euros em 2016.

Em face dos montantes disponibilizados nos dois anos anteriores, algumas fontes consideraram que as obras no HFAR já deveriam estar "mais avançadas" do que estão. Porém, outras explicaram essa situação com a burocracia inerente a esses processos (realização de concursos públicos, por exemplo).

Um dos momentos simbólicos da criação do HFAR no Lumiar foi o da implosão do edifício C5, em fevereiro de 2014, para construir outro - cuja construção deverá iniciar-se no início de 2017 e ficar concluído um ano depois - destinado a servir como elemento central do hospital militar quando todas as obras estiverem concluídas, precisou uma fonte. Equipado com 200 camas, essa infraestrutura vai aumentar também as capacidades cirúrgica e de hemodiálise (a qual não constava do plano funcional elaborado no tempo do ministro Augusto Santos Silva).

Do que está "em concretização" nas próximas semanas, segundo documento do Estado-Maior-General, destacam-se a remodelação do hospital de dia polivalente (em fevereiro), a ampliação do edifício destinado ao serviço da saúde mental e a construção do ecocentro hospitalar (ambos em março). Melhoramentos no serviço de cardiologia, ampliação da farmácia hospitalar e remodelação das cozinhas e das redes de distribuição de energia elétrica, água e gás também estão em curso e para terminar em breve.

O HFAR está dividido entre os pólos de Lisboa e do Porto, destinando-se a servir um universo de quase uma centena de milhares de utentes entre militares (ativo, reserva e reforma), familiares e deficientes das FA. A abertura do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica num edifício construído para o efeito, embora sendo um órgão da Marinha (como o Centro de Medicina Aeronáutica é da Força Aérea), ou a construção do destinado às consultas externas e exames de diferentes especialidades, a remodelação do espaço afeto ao internamento de medicina e cirurgia (com 32 camas) ou a aquisição de diferentes equipamentos de diagnóstico foram algumas das mudanças já concretizadas no HFAR/Lisboa.

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