Descoberto vírus ligado à síndrome de fadiga crónica

Investigadores esperam poder desenvolver medicamento para a doença que afecta 17 milhões.<br />
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Um vírus ligado ao cancro da próstata parece ter também um papel fundamental na síndrome da fadiga crónica, segundo um estudo americano que poderá levar ao primeiro tratamento para esta misteriosa doença que afecta 17 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os investigadores, cujo trabalho foi divulgado na revista Science, descobriram o vírus, conhecido como XMRV, no sangue de 68 dos 101 doentes de fadiga crónica que analisaram. O mesmo vírus apareceu apenas em 8 das 218 pessoas saudáveis que analisaram. Judy Mikovits, do Instituto Whittemore Peterson (Nevada), alerta contudo para o facto de, com os colegas do Instituto Nacional de Cancro, ter apenas descoberto uma ligação entre o vírus e a síndrome, não podendo provar que um é a causa do outro.

"Podemos pensar num número de terapias de combinação que se podem revelar muito eficazes e que poderão começar a ser testadas em ensaios clínicos imediatamente", disse Mikovits à Reuters. A síndrome da fadiga crónica afecta o sistema imunitário e causa um cansaço incapacitante. Os doentes podem ainda sofrer perdas de memória, ter problemas de concentração, dores musculares e de cabeça. Os sintomas duram pelo menos seis meses e podem ser tão problemáticos como a esclerose múltipla.

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