Descobertas aguarelas de Galileu sobre a lua
Depois de terem desaparecido durante quase 400 anos, as aguarelas originais da Lua, pintadas por Galileu Galilei no manuscrito do seu livro Siderius Nuncius (Mensageiro das Estrelas) em 1610, foram agora descobertas e oficialmente reconhecidas por peritos da Universidade de Pádua, em Itália.
Uma descoberta que segundo disse ao diário espanhol El Mundo William R. Shea, responsável pela cátedra desta universidade dedicada ao célebre astrónomo e matemático, constitui "o mais excepcional achado sobre Galileu realizado nos últimos 150 anos".
O manuscrito tinha sido adquirido recentemente por Richard Lan, um conhecido negociante de antiguidades nova-iorquino, que não quis revelar o nome do vendedor. O antiquário limitou-se a indicar que a obra se encontrava na América do Sul, presumivelmente na Argentina, para onde emigraram muitos italianos da região de Veneza.
Intrigado pelo documento, Lan entregou-o a uma conhecida, para o examinar. Esta acabou por fazê- -lo chegar a William R. Shea, reconhecido com um dos maiores peritos mundiais em Galileu Galilei.
O cientista, apoiado por Horst Bredekamp, director do Museu de História de Arte da Universidade de Berlim, acabou por conduzir uma série de testes que comprovaram a autenticidade da obra.
Da edição inicial de Siderius Nunciussobreviveram 30 cópias impressas, mas o original nunca tinha aparecido. Na obra, Galileu descreve importantes descobertas feitas com o telescópio que inventou, a "luneta astronómica". Nomeadamente o relevo lunar, as manchas solares, as estrelas da Via Láctea, os anéis de Saturno (que chamou de "braços") e as fases de Vénus. Esta última observação influenciou-o na defesa da teoria "heliocêntrica", de Nicolau Copérnico (ver caixa).