Descoberta T-Rex grávida que vai ajudar a definir sexo dos dinossauros

Cientistas não têm, até agora, método que lhes permita distinguir os dinossauros fêmea dos exemplares masculinos
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Foi através de uma análise ao fémur de um dinossauro T-Rex, um dos maiores predadores da história, que os cientistas confirmaram estar perante um exemplar do sexo feminino. Este dinossauro em particular viveu há 68 milhões de anos - durante o período cretáceo, o último da era Mesozóica - no local onde hoje se situa o estado norte-americano do Montana, nos EUA. Teria entre os 16 e os 20 anos de idade quando morreu e os investigadores conseguiram confirmar que se tratava de um dinossauro do sexo feminino porque, na análise ao fémur, encontraram osso medular, um tecido reprodutivo rico em cálcio que é detetado apenas no período que precede a colocação do ovo e desaparece logo que o animal se reproduz.

Ou seja, a T-Rex estava grávida e os seus restos fossilizados podem ser determinantes para que os cientistas percebam as diferenças entre dinossauros macho e fêmea e compreendam melhor a evolução do processo de reprodução dos animais ovíparos - os que põem ovos. Melhor: poderá ser encontrado ADN de dinossauro, que nunca foi detetado nos fragmentos que chegaram ao nossos dias. Porém, a presença de material genético neste fóssil não foi confirmada, mesmo que os cientistas não excluam essa possibilidade.

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A descoberta foi feita por uma equipa da universidade da Carolina do Norte e do museu de ciências naturais do mesmo estado norte-americano. "Esta análise permite-nos determinar o género deste fóssil e dá-nos uma janela para a evolução da produção de ovos nos pássaros modernos", referiu a autora principal do estudo, a paleontóloga Mary Schweitzer, em comunicado.

Apesar de as conclusões terem sido agora divulgadas, Schweitzer descobriu o osso medular em 2005, mas foram necessárias extensas análises para chegar à conclusão de que se tratava efetivamente daquele tecido, que está presente apenas durante um curto período de tempo e sempre associado ao processo reprodutivo.

Outra possibilidade que se abre com esta investigação prende-se com o sexo dos dinossauros, já que não existe, até hoje, um método fiável que permita distinguir machos e fêmeas. "Agora que podemos demonstrar que os dinossauros grávidos têm uma marca química distintiva, precisamos de concertar esforços para descobrir mais", admitiu Lindsay Zanno, a coautora do estudo.

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