Desafio "In My Feellings Challenge" torna-se viral e a polícia alerta para o perigo
Dançar ao som de "In My Feelings", do rapper Drake, ao lado de um carro ou até mesmo a saltar de uma viatura em movimento. É este o novo desafio que anda a circular na internet. Escusado será dizer que já se tornou viral com várias celebridades, como o ator Will Smith, o futebolista Marcelo e o DJ Steve Aoki, a aderirem a esta nova "moda" nas redes sociais com a hastag #inmyfeelingschallenge.
Tudo começou com o comediante norte-americano Shiggy quando partilhou no Instagram um pequeno vídeo onde o vemos a fazer uma coreografia do single do rapper canadiano, tendo como pano de fundo carros a circular.
O desafio, também denominado #dotheshiggy ou #kikichallenge, depressa conquistou os internautas, muitos dos quais saltam dos carros em movimento para mostrar os passos de dança.
Movimentos de dança arriscados que nem sempre correm bem.... como este caso:
Um fenómeno de repetição à escala global, em que há sempre quem opte por se destacar pela dose de risco que imprime no que faz e que depois partilha nas redes sociais.
"Estes fenómenos parecem sugerir um vazio do indivíduo em relacionar-se com um grupo ou com uma comunidade", considera o psicólogo Jorge Gravanita ao DN. Acaba por ser uma "identificação artificial" com o grupo, que "é também virtual", refere. "Há aqui uma necessidade de pertença", afirma.
No fundo, este tipo de desafios podem evidenciar "uma falta de mecanismo que permite a inserção do indivíduo no grupo, a falta de uma relação de proximidade", aponta o psicólogo.
Para o especialista "é mais fácil a replicação de comportamentos", o "efeito de contágio através da imagem" para se enquadrar num grupo ou comunidade. "Identifica-se e ao mesmo tempo destaca-se do grupo" através dos comportamentos mais arriscados e "porque chama a atenção".
A "espécie de vazio" que este tipo de desafios pode sugerir aplica-se também às celebridades, defende o psicólogo. "Porque sentem-se sozinhas. Têm falta de sentirem pertença a um grupo", explica Jorge Gravanita.
A estrela de Hollywood, Will Smith, aderiu ao novo desafio e resolveu arriscar ao fazer a coreografia no cimo de uma ponte em Budapeste, na Hungria, mas deixou um aviso sério a todos os que o seguem nas redes sociais: "Sejam espertos. Não tentem fazer isto sob quaisquer circunstâncias".
Há, no entanto, quem opte por fazer parte deste movimento mas de forma segura e sem implicações para a segurança rodoviária, como foi o caso do jogador brasileiro Marcelo, que defende as cores do Real Madrid. Depois de sair do carro, o futebolista, ladeado pelos filhos, mostrou os seus dotes de dançarino no passeio.
Mas para os mais aventureiros o perigo é bem evidente, o que já levou as autoridades de Espanha e dos EUA a emitirem alertas. A polícia catalã, Mossos d' Esquadra, por exemplo, sublinha, no Twitter, que a "segurança rodoviária não é um jogo" e lembra as várias infrações que este desafio acarreta.
"É só uma questão de tempo até que alguém seja sugado pelas rodas do carro, arrastado ou que o condutor que está a gravar com o telefone bata com o carro numa pessoa que está a atravessar a rua", afirmou Joseph Solomon, chefe da polícia de Massachusetts, à estação de televisão CBS Boston. "É super perigoso", alertou. Aliás, o Conselho de Segurança nos Transportes dos EUA emitiu uma advertência no Twitter contra este novo fenómeno na internet ao afirmar que a distração na estrada "é perigosa e pode ser fatal".
Foi precisamente por causa do comportamento perigoso que três influenciadores das redes sociais foram detidos no Dubai. De acordo com a Gulf News, o #inmyfeelingchallenge "colocou em risco as suas vidas, ofendeu a moral pública e violou as leis de trânsito".
Uma nova moda que surge depois do Ice Bucket Challenge, um desafio com fins solidários em que as pessoas despejavam um balde de água gelada pela cabeça com objetivo de chamar a atenção para a Esclerose lateral Amiotrófica e incentivar os donativos para a investigação da doença. Seguiram-se outros como do Manequim e o chocante Baleia azul, que consistia em várias provas que podiam culminar no suicídio.