Depósitos de poupança para crianças sem vantagens
Os produtos financeiros criados especialmente para as crianças não são competitivos. Esta é a conclusão de uma análise feita pela Deco - Proteste, na última edição da sua revista Dinheiros & Direitos (D&D).
"Caso pretenda preparar um pé--de-meia para o seu filho, não se maravilhe com as contas de poupança para as crianças. São um produto específico, mas não têm melhores remunerações do que os depósitos a prazo", refere a Deco, que, ao contrário do que é habitual, não aponta a sua "escolha acertada" para estes produtos. De acordo com as conclusões da Deco, trata-se de produtos que "apostam numa estratégia comercial mais forte, oferecendo, por exemplo, livros infantis ou bolas autografadas, o que pode iludir alguns consumidores".
No entanto, se o cliente optar por subscrever uma conta desta natureza, a revista D&D indica o produto que apresenta maior rentabilidade, ou seja, o 1.º Depósito Jovem, do Banco Santander Totta, com uma taxa anual efectiva líquida (TAEL) de 5,06% a seis meses. No entanto, como este é o prazo máximo para a aplicação, "não é interessante para quem quer uma poupança a longo prazo", refere a Deco.
À excepção deste produto, nas contas analisadas neste trabalho, a TAEL varia entre 1,6% e 3,6%, existindo contas poupança tradicionais que apresentam rentabilidades idênticas. A maior parte dos bancos oferece ainda contas à ordem para crianças, que podem ser movimentadas pelos pais ou tutores. As remunerações destes produtos não vão além dos 1,5%, uma taxa pouco atractiva, segundo a Deco - Proteste.
Para elaborar este trabalho, os técnicos enviaram questionários a 20 bancos, em Janeiro e Fevereiro último. No total, só obtiveram 18 respostas. O ActivoBank7, o Banco Popular e o Deutsche Bank não tinham contas específicas para este segmento e o BBVA estava a reformular a sua oferta. A CGD e o Banif Açores não aceitaram colaborar.|