Departamento de Estado norte-americano pede respeito por manifestações no Sudão
Na véspera de mais uma manifestação de estudantes universitários, que têm protestado para exigir a transferência de poder dos militares para a autoridade civil, o Departamento de Estado norte-americano veio defender o direito à paz e aos protestos pacíficos".
Em comunicado, os norte-americanos afirmam que "os sudaneses têm o direito à liberdade de expressão e à reunião de forma pacífica. O Conselho Militar deve respeitar esses direitos e permitir protestos pacíficos assim como evitar qualquer tipo de violência".
O organismo responsável pelas relações internacionais do país lembrou que a 'troika' continua a apoiar a luta dos sudaneses em defesa de uma transição para a democracia.
Entretanto, na passada quinta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas decidiu estender por mais quatro meses a sua missão de manutenção de paz na região de Darfur, no Sudão (UNAMID).
A ONU justificou a continuação dos capacetes azuis em Darfur com a necessidade de avaliação da evolução da situação na capital do país.
Europeus e africanos com assento no Conselho de Segurança pediram a suspensão da retirada da missão da ONU, mas a China e a Rússia pediram a sua continuação, e argumentaram com o princípio da não-interferência nos assuntos internos sudaneses.
Depois de vários meses de manifestações, em abril o exército sudanês liderou um golpe de Estado contra o Presidente, Omar al-Bashir.
Desde então, o Sudão continua a ser palco de um impasse entre o Conselho Militar e os líderes da oposição que exigem a transferência de poder para os civis.
Há um ano, o Conselho de Segurança da ONU concordou com a retirada gradual de Darfur, da sua força de paz conjunta com a União Africana, atualmente com 7.800 militares no país.
O Darfur é palco desde 2003 de conflitos entre forças sudanesas e rebeldes de minorias étnicas que se dizem "marginalizados pelo governo central".
Segundo as Nações Unidas, o conflito em Darfur deixou cerca de 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.