Departamento de Estado norte-americano pede respeito por manifestações no Sudão

Dafur (Sudão), 29 jun 2019 (Lusa) - O Departamento de Estado norte-americano pediu hoje ao Conselho Militar no Sudão que permita os protestos pacíficos e evite usar "qualquer tipo de violência" contra os sudaneses que devem ter direito à liberdade de expressão.
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Na véspera de mais uma manifestação de estudantes universitários, que têm protestado para exigir a transferência de poder dos militares para a autoridade civil, o Departamento de Estado norte-americano veio defender o direito à paz e aos protestos pacíficos".

Em comunicado, os norte-americanos afirmam que "os sudaneses têm o direito à liberdade de expressão e à reunião de forma pacífica. O Conselho Militar deve respeitar esses direitos e permitir protestos pacíficos assim como evitar qualquer tipo de violência".

O organismo responsável pelas relações internacionais do país lembrou que a 'troika' continua a apoiar a luta dos sudaneses em defesa de uma transição para a democracia.

Entretanto, na passada quinta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas decidiu estender por mais quatro meses a sua missão de manutenção de paz na região de Darfur, no Sudão (UNAMID).

A ONU justificou a continuação dos capacetes azuis em Darfur com a necessidade de avaliação da evolução da situação na capital do país.

Europeus e africanos com assento no Conselho de Segurança pediram a suspensão da retirada da missão da ONU, mas a China e a Rússia pediram a sua continuação, e argumentaram com o princípio da não-interferência nos assuntos internos sudaneses.

Depois de vários meses de manifestações, em abril o exército sudanês liderou um golpe de Estado contra o Presidente, Omar al-Bashir.

Desde então, o Sudão continua a ser palco de um impasse entre o Conselho Militar e os líderes da oposição que exigem a transferência de poder para os civis.

Há um ano, o Conselho de Segurança da ONU concordou com a retirada gradual de Darfur, da sua força de paz conjunta com a União Africana, atualmente com 7.800 militares no país.

O Darfur é palco desde 2003 de conflitos entre forças sudanesas e rebeldes de minorias étnicas que se dizem "marginalizados pelo governo central".

Segundo as Nações Unidas, o conflito em Darfur deixou cerca de 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.

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