Denzel, Gary Oldman, Emma Stone: Toronto está bom para os atores
Mais do que nunca, o aroma do Festival de Toronto é de pré-Óscares. Esta quinta-feira começam a sério as grandes manobras para a temporada dos prémios. A cidade canadiana vai ser palco de uma feroz disputa de muitos títulos (alguns deles ainda sem "slot" no calendário dos lançamentos) que vão certamente alinhar-se junto a Dunkirk (o primeiro candidato já "reservado"). O ano passado foi neste festival que Moonlight e La La Land ganharam o empurrão do "media hype". Nesta edição há quem diga que até há congestionamento de filmes. São mesmo muitos os filmes com potencial de prestígio para a próxima temporada.
O TIFF, como é conhecido, cada vez mais consegue fazer o jogo perfeito do alinhamento com as "majors" de Hollywood e os pequenos estúdios independentes. Não esquecer que o mercado de compras e vendas aqui tem um papel fundamental, não só a nível doméstico (Estados Unidos e Canadá) como também a nível mundial. Por outro lado, um pequeno filme mal recebido neste festival pode ter a sua carreira morta à nascença. É então um grande jogo que inclui a habitual tonteria dos "red carpets" e dos aparatosos esquemas de promoção, coisa que o rival New York Film Festival não tem. Um rival que roubou a Toronto apenas dois títulos importantes: o novo de Woody Allen, Wonder Wheel e Last Flag Flying, de Richard Linklater.
[youtube:VmS4lTZ34uk]
[youtube:x17ztl_QsZI]
Os pontas de lança fortes de Toronto 2017 são títulos como Roman Israel, Esq, de Dan Gilroy, com um Denzel Washington transfigurado; A Hora mais Negra, de Joe Wright, com Gary Oldman a fazer de Churchill; Molly"s Game, de Aaron Sorkin , com Jessica Chastain ; First They Killed My Father- A Daughter Of Cambodia Remembers, de Angelina Jolie, projeto já envolto em polémica; Battle of The Sexes, de Jonathan Dayton e Valeri Faris , com Emma Stone supostamente em plano superior; Lady Bird, a estreia de Greta Gerwig na realização e com uma Saoirsie Ronan já "reservada" como favorita; The Current War, de Alfonso Gomez Rejon , com Benedict Cumberbacht a encarnar Thomas Edison e, claro, Mark Felt- The Man who Brought Down The White House, de Peter Landesman, com um Liam Neeson também muito bem cotado.
[youtube:cNi_HC839Wo]
[youtube:LqiPaYJ6x0A]
[youtube:iFpuXxM4tzE]
Algumas destas obras chegam após uma passagem pelo Festival de Telluride, nos EUA, acontecimento quase privado e sem competição, mas é em Toronto que jogam as suas cartadas nesta roleta do prestígio: são sempre mais os filmes que se afundam em Toronto do que aqueles que ganham a tal glória do empurrão para a "awards season". Nesse sentido, Pappillon, de Michael Noer terá poucas hipóteses para esse empurrão mas joga sobretudo a sua visibilidade mediática.
[youtube:e9x7GDeA6ok]
Para além dos filmes em estreia mundial, os êxitos de crítica de Veneza são também aqui alavancados. Os dois festivais têm alguns dias em convergência e não é de estranhar que Toronto consagre a aclamação que Victoria e Abdul, de Stephen Frears, com uma oscarizável Judi Dench; Suburbicon, de George Clooney, The Shape of Water, de Guillermo Del Toro e Pequena Grande Vida, de Alexander Payne tiveram no Lido...
[youtube:cBezc1S1BAQ]
Quanto aos europeus, o cinema francês com uma veia um pouco mais comercial do que Cannes está em força. Destacam-se Le Sens de la Fête, de Éric Toledano e Olivier Nakache e Les Guardiennes, de Xavier Beauvois. Da Alemanha chega também uma incógnita: O Capitão, de Robert Schwentke. Paulo Branco é um dos produtores e está em Toronto responsável pelas vendas internacionais.