Democracia nos planos de 'Conta-me Como Foi'
RTP1. A série histórica volta ao pequeno ecrã e retrata os anos 70 em Portugal
Os actores de Conta-me Como Foi já estão a gravar a terceira temporada da série que vai remeter para o Portugal dos anos 70. A história que tem início a 4 de Janeiro, segundo anunciou o director de programas da RTP, José Fragoso, vai até ao 25 de Abril do revolucionário ano de 1974.
Ainda a decidir se dá continuidade à série depois da revolução dos cravos, o director da estação pública confessou que gostava de continuar "porque era um enorme desafio escrever". A RTP recebe os guiões vindos da TVE, em Espanha, da série Cuéntame Como Pasó e adapta-os depois à realidade portuguesa. "A adaptação é cada vez mais difícil e depois do 25 de Abril temos uma história muito própria", afirmou.
Rita Blanco e Rita Brutt são mãe e filha na ficção e ambas contaram que a versão portuguesa é mais apreciada pelos espectadores. "As pessoas dizem que é mais humana", confessou a Isabel da série.
Conta-me Como Foi vai para o ar no primeiro domingo de 2009 a seguir ao programa de Marcelo Rebelo de Sousa e conta com um núcleo principal composto por Rita Blanco, Miguel Guilherme, Catarina Avelar, Fernando Pires, Rita Brutt e Luís Ganito, o filho mais novo da família Lopes, também com a função de narrador da história.
Nesta nova década, Marcello Caetano assumiu o lugar de Salazar na cadeira do poder. E nesta altura a história era outra. Que o diga a Isabel da série, interpretada por Rita Brutt. A filha do meio da família Lopes já havia manifestado o desejo de ser actriz e agora vai participar em peças de teatro e depois de uma secção fotográfica vai aparecer na capa da revista Plateia. E qual será a reacção da família? "Eles vão começar a aceitar... mas com o pai vai ser muito duro", contou Rita Brutt.
Em Janeiro haverá lugar para os últimos episódios dos anos 1968 e 1969. E é na década de 70 que a história vai ganhar um novo fôlego e entrar na luta pelas audiências, uma vez que Equador, produzida pela TVI, vai ser exibida também aos domingos. Mas este é um facto que não preocupa José Fragoso. "Não temos de ter medo. A ficção portuguesa tem conteúdos diferentes e o espectador ganha em termos de escolha." E acrescenta: "As pessoas já reconhecem a série neste horário. É uma série nobre para o horário nobre." |- P.B. E A.M.