Demasiado Uzo 'entope' sistema de entregas

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A Uzo, operadora móvel de low cost da Portugal Telecom, está com atrasos na entrega das encomendas aos seus novos clientes. O elevado número de pedidos de adesão, que excedeu as expectativas da empresa, está na origem desta situação. "Não estamos a ter capacidade de resposta para tantos pedidos num curto espaço de tempo", afirmou ao DN uma funcionária do call center.

Em vez dos três dias úteis previstos, "a entrega pode ir até aos 10 dias úteis e, no caso do pedido ter sido feito a partir de 30 de Junho, a entrega nunca será feita antes do dia 18 de Julho", explicou outro operador do call center.

João Mendes, director executivo da Uzo, admitiu ter ocorrido "um problema informático nos dias 23 e 24 ou 24 e 25 de Junho", mas, acrescentou, "isso afectou uma pequeníssima parte das encomendas. Poderão ter sido afectados 500, 600 ou mil clientes". Contudo, o DN tem conhecimento de pedidos feitos posteriormente àquelas e que também estão com demora. O responsável adiantou que os problemas ocorreram nas encomendas feitas via Internet e call center, "que também não são a maioria".

Ao contrário das informações dadas ao DN via call center, João Mendes garantiu que as entregas estão a ser feitas num "tempo médio de 28 horas", mas que em alguns casos podem ir até aos quatro dias. Nas primeiras 72 horas de funcionamento, "recebemos 15 mil pedidos de adesão", frisou João Mendes, escusando-se a revelar o números de pedidos feitos até agora. No total, as "expectativas de ultrapassarmos os 150 mil clientes num ano deverão ser superadas".

A proveniência dos clientes conquistados tem uma relação directa com a quota de mercado das três operadoras móveis, ou seja, a maioria veio da TMN, seguindo-se a Vodafone e Optimus. Contudo, "uma parte significativa das chamadas para o call center, entre os 17% e os 20%,são de pessoas que não têm telemóvel, o que nos surpreendeu".

o que é a uzo. A Uzo é uma operadora de telecomunicações móveis de baixo custo que opera na rede da TMN. A empresa oferece apenas uma tarifa única para todas as redes (16 cêntimos por minuto), cobrando oito cêntimos por cada mensagem escrita (SMS). O facto de não obrigar a carregamentos, é também um dos atractivos da operadora. Para manter o cartão activo, o utilizador apenas tem de efectuar uma chamada ou enviar uma mensagem escrita de quatro em quatro meses.

O conceito da Uzo baseia-se nos chamados Mobile Virtual Network Operator (MVNO), que são operadores virtuais que não dispõem de rede própria, não estando previstos no enquadramento regulatório da Anacom. Assim, operam sob as licenças de empresas já existentes, neste caso a TMN.

Aos clientes, a Uzo destaca que "surgiu para responder às necessidades de quem não quer pagar por serviços que não utiliza, estar preso a contratos de longo prazo, preocupar-se a decifrar tarifários complexos ou ser obrigado a fazer carregamentos".

O investimento inicial da Uzo rondou os cinco milhões de euros, empregando directamente 16 pessoas.

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