DECO ouvida sobre carne de cavalo no Parlamento
A ASAE e o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária são outras das entidades que serão inquiridas sobre a alegada fraude em produtos processados que continham carne de cavalo, mas eram vendidos como sendo de vaca.
De acordo com o requerimento do PCP, o Governo, um ex-dirigente da ASAE e o Sistema Comunitário de Alerta Rápido para a Alimentação têm dado informações contraditórias, "em que tão depressa" é dito que não se conhecem quaisquer produtos contendo carne diferente do rotulado, como a União Europeia alerta para que Portugal foi recetor de produtos alimentares contendo carne de cavalo.
No requerimento, o PCP alerta ainda para a necessidade da marcação urgente da audição com o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, requerida pelos comunistas e que foi aprovada em dezembro, a propósito dos atrasos no pagamento às associações de produtores pecuários dos valores referentes à sanidade animal.
"Por detrás de uma fraude económica pode descobrir-se um grave problema de saúde pública e o Governo deve prestar esclarecimentos sobre esses assuntos", refere o PCP.
A DECO vai ser representada por Sílvia Machado, Nuno Dias e pelo presidente, Jorge Morgado.
Na segunda-feira, a DECO anunciou que encontrou ADN de cavalo em hambúrgueres e almôndegas comercializados pela Auchan e pelo El Corte Inglés, mas numa visita a estas lojas efetuada depois da receção dos dados laboratoriais a associação já não encontrou estes produtos.
O grupo de hipermercados Auchan, dono do Jumbo, esclareceu entretanto que os produtos detetados com ADN de cavalo pela DECO foram retirados de venda a 22 de fevereiro.
A DECO pediu análises laboratoriais a trinta amostras de hambúrgueres, canelones, almôndegas e lasanhas e encontrou ADN de cavalo em três delas. Nos hambúrgueres da Auchan e almôndegas Polegar (comercializadas pela Auchan) foram detetados vestígios inferiores a 1%, enquanto na lasanha do El Corte Inglés a presença de ADN era de 1 e 5%.
A DECO adianta que voltou às lojas após saber os resultados e já não encontrou estes produtos, mas sublinha que a dimensão da fraude é "muito mais alargada do que se poderia pensar quando os primeiros contornos começaram a ser desvendados no Reino Unido, em janeiro".