Deco diz que Jumbo é o hiper mais barato. E tem simulador que permite poupar 420 euros ao ano
Comprar o leite e os cereais num supermercado, a carne noutro, a fruta num terceiro e voltar ao primeiro para os detergentes ou visitar um quarto estabelecimento. É a proposta da revista da Deco Proteste, que hoje divulga um estudo comparativo dos preços nas várias unidades comerciais. E apresenta um simulador para quem queira poupar euro a euro, poupança que pode chegar aos 420 euros (24% em média) num ano. Se não tiver paciência nem tempo para comparar os valores por tipos de produto, a escolha da cadeia mais barata representa menos 350 euros. O Jumbo é o mais barateiro do país.
A simulação pode ser feita AQUI, onde há uma atualização mensal dos custos. Inclui produtos alimentares e drogaria.
Analisaram 55 mil preços de 500 mil lojas em 77 concelhos, comparado os supermercados por cada região. O Jumbo vence a nível nacional nas várias categorias: mercearia e drogaria, frescos, em produtos de marca do fabricante e nos artigos mais baratos. O Continente Modelo ganha nos Açores e o Pingo Doce na Madeira.
Salienta António Souto, o coordenador do estudo da Proteste, que o Jumbo continua a liderar, mas as cadeias concorrentes tentam morder-lhe os calcanhares, sobretudo o Pingo Doce, que melhorou os preços comparativamente a 2014. No sentido oposto vão o SPAR e Meu Super, que, nalgumas lojas, agravaram os preços comparativamente em igual estudo realizado no ano passado.
Encher o carrinho de compras no SPAR de Cascais ou no Jumbo do Dolce Vita Tejo, Amadora, significa gastar mais 348 euros no final do ano. O mesmo se passa em Faro, onde a diferença é de 300 euros, mais 25 euros do que escolher entre comprar no Meu Super de Santarém ou no Pingo Doce de Torres Novas.
E porque o consumidor está a mudar, os técnicos da revista analisaram dois tipos de cabaz. Um com 83 produtos das marcas de fabricante mais vendidas, correspondendo ao consumo médio de uma família, e outro, com a mesma quantidade de artigos, mas tendo por base a poupança. Este mistura as marcas de fabricante com as de cada supermercado.
"A tendência dos portugueses é ser fiéis em alguns produtos e escolher os mais baratos noutros", justifica António Souto. Dizem-lhe outros estudos que a Proteste tem realizado que as pessoas mudam facilmente de marca quando se trata de comprar bolachas ou manteigas, mas já não o fazem quando se trata de comprar alimentos para os filhos, como cereais ou iogurtes.
Porto e Coimbra são as regiões onde há uma maior competição entre os empresários do setor para obter o título de barateiro, com o óbvio benefício para o consumidor. Têm mais unidades comerciais a registar o índice 100 e há vários com percentagens mais altas mínimas. O hipermercado mais barato da região/concelho tem o índice 100, sendo os restantes avaliados em comparação com os valores do supermercado líder. Ter o índice 105, por exemplo, significa praticar preços 5% mais elevados.
Lisboa, Faro e Santarém são os distritos com uma maior diferença de preços, na ordem dos 20% nos valores praticados entre quem pratica os preços mais elevados e mais baixos. Já Guarda, Portalegre e Beja têm valores mais nivelados, o que significa que a poupança é mínima. Em Portalegre representa uma poupança anual de apenas 35 euros.
Online também é no Jumbo
Fazer compras pela internet ainda é mais caro do que ir diretamente à loja, mas a prova dos nove pode ser feita no simulador da Proteste. Neste segmento, continua a ser o Jumbo a oferecer os melhores preços. Em segundo lugar está o El Corte Inglés, mas no cabaz da "mercearia e drogaria" consegue rivalizar com o líder. O Continente é pouco competitivo nesta matéria, surgindo em terceiro lugar, logo seguido do Froiz. Este é o mais careiro dos quatro, mas tem os preços mais baixos dos quatro no que diz respeito aos produtos de mercearia e drogaria de marcas do fabricante. Seguir os conselhos da Proteste no que diz respeito às cadeias mais competitivas online significa uma poupança de 120 euros no final do ano.
Uma outra forma de poupar são os cartões de fidelização que os estabelecimentos disponibilizam. Os técnicos analisaram seis destes, mas são tantas as variedades da oferta que é difícil comparar, justificam. "Aproveite sem hesitar e prepare uma coleção de cartões pronta a servir em todas as lojas onde faz compras", aconselha a revista da Deco.
O único desconto permanente é o fornecido pelas cadeias Continente, mas o grupo atribui cinco euros por cada 500 euros de compras, o que significa um desconto de 1%.