Decisores de 20 países analisam na Feira resposta dos territórios locais à crise global

Agentes culturais, decisores governamentais, representantes de fundações e profissionais do setor público de 20 países reúnem-se a partir de quinta-feira em Santa Maria da Feira para definirem como territórios de pequena e média dimensão devem reagir à crise global.
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O evento decorre até domingo no Imaginarius - Centro de Criação Arte e Espaço Público e constituirá o primeiro encontro da rede internacional Bosch Alumni fora da Alemanha, numa organização que envolve a Fundação Robert Bosch, dedicada ao legado desse industrial da mecânica e da engenharia eletrónica, e também a portuguesa 4iS - Plataforma para a Inovação Social, integrada na Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro.

João Rosa, que coordena o programa do evento, adiantou à Lusa que o objetivo do encontro é "a partilha e o desenvolvimento de conhecimentos sobre a temática dos 'Commons' [sistemas de gestão partilhada de recursos] enquanto resposta local para as crises globais, com foco nas especificidades da democracia participativa no Sul da Europa".

A reflexão parte da ideia de que, após a crise de 2008, esses países estão agora "em transição", com Portugal, em específico, a mostrar "os primeiros sinais de crescimento económico" - depois de, "pela primeira vez em anos recentes, ter assistido ao desenvolvimento de modelos de participação democrática, sobretudo no contexto da revitalização de antigos polos industriais".

Os organizadores do fórum Bosch alertam, contudo, que, nas comunidades locais dos países mais afetados pela crise, "os impactos de longo prazo ainda não emergiram à superfície", pelo que "o 'commoning' nesses territórios é a chave para a transformação que agora atravessam".

Gestores culturais, representantes de fundações, profissionais do setor público, jornalistas e diretores de agências governamentais e europeias de Habitação e Emprego procurarão contribuir para essa solução partilhando em Santa Maria da Feira as boas práticas que ajudem a criar "modelos de desenvolvimento para pontos de impacto em territórios de baixa e média densidade, e relações de investigação e colaboração de longo prazo".

A iniciativa conta com representantes de países como a China, a Mongólia, a Tunísia, a Turquia e os Estados Unidos da América, - todos eles convidados a responder a questões como "Em que medida pode a habitação sustentável beneficiar de práticas de inovação social?" ou "Que modelos de governação e processos de decisão têm mais potencial de desenvolvimento nos próximos anos?".

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