David Beckham: o 'spice boy' já é centenário

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Após Mundial 2006 recusou braçadeira de capitão

Passaram 13 anos desde a estreia. Treze anos de mais tristezas que alegrias, de mais apupos que aplausos, de mais fracassos que sucessos. A relação de David Beckham com a selecção inglesa tocou os extremos, é verdade. Beckham capitaneou a equipa nacional durante mais de cinco anos e tornou-se o único inglês a ter marcado golos em três mundiais. No final, porém, faltaram os títulos.

Na última quarta-feira acrescentou mais um número épico: atingiu as cem internacionalizações. Um feito que está apenas reservado aos melhores. Na selecção inglesa só Peter Shilton (125), Bobby Moore (108), Bobby Charlton (106) e Billy Wright (105) tinham até agora ultrapassado os cem jogos na equipa nacional. David Beckham tornou-se o quinto jogador a consegui-lo.

A história de amor começou dia 1 de Setembro de 1996. David Beckham tinha apenas 21 anos, mas já era um incontornável do Manchester United de Alex Ferguson. O seleccionador Glenn Hoddle cumpriu então a vontade de um país e concedeu ao jovem extremo a primeira internacionalização. Numa vitória sobre a frágil Moldávia (3-0). A partir daí, Beckham tornou-se presença assídua na equipa nacional.

Quando chegou o Mundial 98, o jogador do Manchetester já era um titular. Ora o Mundial 98, em França, representou provavelmente o pior momento de Beckham na selecção inglesa. Num jogo dos quartos-de-final, com a Argentina, o extremo agrediu Diego Simeone, foi expulso, permitiu que o adversário empatasse o jogo e afastasse a Inglaterra na decisão das grandes penalidades.

A imprensa inglesa culpou Beckham, os adeptos enviaram-lhe ameaças de morte e o jogador pensou deixar o país. O que não fez. Após o Euro 2000, e após a saída de Kevin Keegan, Beckham recebeu a braçadeira, que manteve durante 58 jogos. Ajudou a selecção a apurar-se para o Mundial 2002 e vingou-se da Argentina ao marcar o golo da vitória inglesa que afastou a selecção celeste.

A Inglaterra não passou dos quartos-de-final, eliminada pelo Brasil, mas Beckham tinha feito as pazes com ele e com o país. O jogador nunca teve muito sucesso na equipa nacional, aliás. No Euro 2004 e no Mundial 2006, a Inglaterra voltou a não chegar longe. Em ambas as provas, Portugal foi o carrasco, sempre através das grandes penalidades. No Europeu, Beckham falhou até um penálti.

No final do Mundial 2006, e banhado em lágrimas, anunciou que deixava de ser capitão. Mas continuava disponível. Infelizmente, para ele e para o país, Steve McLaren, o seleccionador que sucedeu a Sven Goran Eriksson após esse Mundial, nunca contou com ele na fase de apuramento para o Euro 2008 [e a Inglaterra falhou historicamente a qualificação para o torneio].

Acabou por ser Fabio Capello, o treinador com quem já se cruzara na última época no Real Madrid, a abençoar--lhe a centésima internacionalização. Num derrota no Stade de France. Como quase sempre, a camisola nacional não foi um lugar feliz.

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