Daniela Braga. "Hub de inteligência artificial em Lisboa vale 1,5 mil milhões por ano"

Líder da DefinedCrowd divide-se entre a América e a Europa: está na <em>task force</em> de inteligência artificial (IA) de Joe Biden e ajuda a Europa e Portugal a criar um hub em Lisboa "para não ficarem para trás". Sobre a sua empresa de IA, está a expandir um novo <em>marketplace </em>"único a nível mundial" e deverá ter novo investimento em breve que a deve elevar a estatuto de unicórnio.
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Daniela Braga nasceu no Porto há 42 anos e a sua história profissional, entre investigação académica (em linguísticas e, depois, em engenharia e IA) e indústria, é uma demonstração do espírito inquieto e de estar sempre em busca de como pode inovar.

A empreendedora interdisciplinar que se destacou na Microsoft - entre Portugal, China e EUA - criou em Seattle em 2015 a DefinedCrowd (desde cedo com escritórios em Portugal), que tem ajudado "todos os assistentes digitais do planeta Terra", da Siri à Alexa. O objetivo base passa por "nos colocar a falar e ser compreendidos por qualquer máquina, tal como se estivéssemos a conversar com outro ser humano".

Mas a empresa que fundou e lidera criou agora um novo marketplace para tudo o que inclui inteligência artificial - desde dados a modelos "chave na mão" - e aposta numa expansão que vai incluir apoio à relação entre cidadãos e os vários Estados em 2022 e que vai além da linguagem natural. Envolve visão computacional e muitos parceiros para servir não só os gigantes tecnológicos mas também pequenas empresas.

Para isso, deve-se seguir em breve (depois dos 50 milhões de dólares levantados em 2020 de série B) nova ronda de investimento que até pode já colocar a empresa com o estatuto de unicórnio (mais de mil milhões de dólares de valor) e algumas outras novidades relevantes a ser anunciadas em breve. Este ano além de se manter como conselheira da Comissão Europeia e do governo - está a ajudar a a montar hub de IA em Lisboa foi nomeada por Joe Biden para a sua task force de IA.

Pode ouvir a entrevista completa no podcast Made in Tech:

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Vai fazer sete anos em 2022 de DefinedCrowd. Como empresa o crescimento mesmo a nível de importância na área nos EUA tem sido grande. Como tem sido a evolução?

Fizemos agora uma mudança significativa do nosso modelo de negócio criando um marketplace, o que chamamos o GitHub (plataforma de partilha de conhecimento na área tecnológica) de inteligência artificial. Na cadeia de valor da IA são precisas ferramentas básicas e fulcrais, o que chamamos picks and shovels e é isso que temos sido no nosso início. A expressão vem dos tempos da febre do ouro em que quem fez mais dinheiro acabou por ser quem vendia pás e picaretas e calças Levis, precisamente porque era o básico que todos precisavam. As ferramentas dão-nos os dados estruturados e nós continuamos a ser uma empresa de dados, mas tivemos de construir a infraestrutura para criar e estruturar os dados de qualidade. E, depois, de termos uma fábrica de dados a funcionar em pleno, começas a ter dados em reserva que se colocam no que chamamos nas prateleiras, algo que também foi inovador porque neste negócio de dados nunca ninguém conseguiu convencer um cliente como a IBM ou Microsoft a partilhar ou cofinanciar os seus dados ou usá-los durante um tempo e depois partilhá-los num marketplace como nós. Os governos ou companhias aéreas estão sentados em cima de milhares de Gb de dados, o que eles não sabem é o que fazer com eles. Chega ao nosso marketplace e faz o chamado plug and play do que precisa. Falamos para quem tem dados mas não estão estruturados, precisa de ferramentas para isso; não tem dados e precisa de dados estruturados, compra-os prontos a sair da "prateleira"; tem alguns dados mas não sabe construir modelos e pode pegar num modelo já feito e personalizar com os seus consoante o negócio.

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