Da Trump Tower para a Casa Branca

Entrou na corrida como o candidato de fora do sistema. Atacou os mexicanos, as mulheres e os muçulmanos, mas a sua promessa de travar os imigrantes e devolver os empregos aos americanos atraiu a classe média. Donald Trump é o novo presidente dos Estados Unidos.
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Em finais de setembro, a revista New Yorker tentava imaginar como seria o primeiro mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, imaginando o milionário a chegar à Casa Branca a 20 de janeiro para um café com Barack Obama antes de seguirem os dois de limusina até ao Capitólio. A realidade acaba de ultrapassar a ficção e o candidato republicano acaba de derrotar Hillary Clinton na corrida à presidência dos EUA.

A meses de fazer 71 anos, quando tomar posse em janeiro, Trump será o presidente americano mais velho de sempre - Ronald Reagan era uns meses mais novo. Ao seu lado estará Melania, a antiga modelo nascida na Eslovénia e que em 2005 se tornou na terceira senhora Trump. E, claro, os filhos: três do primeiro casamento - Donald, Eric e Ivanka -, uma do segundo - Tiffany - e um do terceiro - Barron, de dez anos.

Como vai ser a presidência Trump é uma incógnita. Uma das suas promessas mais consistentes passa por construir um muro na fronteira com o México. E obrigar os mexicanos a pagá-lo. O republicano jurou ainda expulsar milhões de ilegais dos EUA logo nas primeiras horas da sua presidência. A mensagem da antiga estrela do reality show The Apprentice é devolver os empregos aos americanos - expulsando os imigrantes ilegais e atraindo as empresas de volta ao país com uma redução nos impostos. Outra promessa de Trump: acabar com a reforma da saúde de Obama, o Obamacare, que procura dar um seguro de saúde a todos os americanos.

Em termos de política externa, sabe-se ainda menos das propostas de Trump. Uma das poucas certezas que temos é que o republicano não se cansou de trocar elogios com o presidente russo, Vladimir Putin, durante a campanha.

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Este cenário de desconhecimento explica-se Ou não fosse esta a primeira eleição da vida de Trump. Nascido em Queens e criado em Nova Iorque, o milionário do imobiliário seguiu as pisadas do pai no negócio da família, graças a "um pequeno empréstimo" de um milhão de dólares. Foi na construção que fez fortuna hoje avaliada pela pela revista Forbes em 3,7 mil milhões de dólares, mas que o próprio Trump garante ser muito mais. Hoje tem casinos, hotéis e torres com o seu nome um pouco por todo o mundo. Mas foi o mundo do espetáculo que fez de Trump uma das figuras mais conhecidas de Nova Iorque. Seja através dos concursos de Miss Estados Unidos ou com o reality show na NBC.

Depois de uma primeira tentativa em 2000 quando tentou a nomeação do Partido Reformador, em junho de 2015, Trump anunciou a candidatura às presidenciais. Na altura, tanto os media, como o próprio Partido Republicano pareceram ver no milionário uma distração na campanha. Mas à medida que ia ganhando primárias até se tornar no nomeado do partido na convenção de julho, todos tiveram de começar a levá-lo a sério.

Depois daquela que foi considerada uma da mais feias campanhas de sempre. Em que além dos imigrantes, sobretudo os mexicanos, Trump insultou as mulheres e até pode ser ouvido num vídeo de 2005 a dizer que "quando somos famosos, ela fazem o que queremos."

Agora que Trump chegou à Casa Branca, o mundo vai ter de aprender a lidar com o novo líder da única superpotência mundial. A grande incógnita é saber quem vai ser a sua equipa.

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