Da Suíça a Macau, Pedro Costa e outros realizadores portugueses mostram os seus filmes

A obra de Pedro Costa vai estar em destaque no Festival Internacional de Documentário de Macau, enquanto na Suíça serão exibidos os documentários "Treblinka", de Sérgio Tréfaut, "Ama-San", de Cláudia Varejão, e "Talvez deserto, talvez universo", de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman.
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O realizador português Pedro Costa vai estar em destaque na primeira edição do Festival Internacional de Documentário de Macau (MOIDF, na sigla em inglês), que arranca a 22 de abril, na Cinemateca Paixão.

O festival prevê a exibição de três filmes de Pedro Costa: Nada Muda (29 de abril), No Quarto da Vanda (30 de abril) e Cavalo Dinheiro (1 de maio).

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Outros realizadores portugueses vão estar representados na edição inaugural do evento: João Pedro Plácido (Volta à Terra) e Laura Gonçalves (Três Semanas em Dezembro), cujos filmes vão ser projetados em dois dias (24 e 28 de abril).

Da programação faz também parte Noite Sem Distância, do espanhol Lois Patiño, uma curta-metragem filmada em Portugal, com exibições marcadas para os mesmos dias.

O festival, que encerra a 01 de maio, abre com The Taste of Youth, do realizador Cheung King-wai, que se estreou recentemente no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong.

Com um total de 18 documentários, o festival, conta, entre outros destaques, com Táxi, do cineasta iraniano dissente Jafar Panahi, vencedor do Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim do ano passado, e The Look Of Silence, do norte-americano Joshua Oppenheimer, que foi nomeado para melhor documentário, na 88.ª edição dos Óscares, realizada em fevereiro.

Estreado em Portugal com o título O Olhar do silêncio, em 2014, o documentário de Oppenheimer sucede a O ato de matar, que aborda os massacres de opositores do regime, na Indonésia, sobretudo na década de 1960, colocando agora os assassinos frente a frente com sobreviventes e familiares das suas vítimas.

Na Suíça

Os documentários Treblinka, de Sérgio Tréfaut, Ama-San, de Cláudia Varejão, e Talvez deserto, talvez universo, de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman, integram o festival de cinema Visions du Réel, que começa no dia 15 em Nyon, Suíça.

Treblinka e Ama-San foram selecionados para a competição internacional e terão estreia mundial em Nyon, enquanto "Talvez deserto, talvez universo" será exibido numa secção programada pela estrutura Docc Alliance.

Treblinka, que integrará também neste mês o festival IndieLisboa, tem como pano de fundo o Holocausto, baseado no livro de memórias de Chil Rajchamn, um judeu sobrevivente do campo de concentração de Treblinka, na Polónia.

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Rodado dentro de um comboio, na Rússia, Ucrânia e Polónia, este é um filme evocativo, que assenta nos relatos dos horrores em campos de concentração e conta com a participação, entre outros, de Isabel Ruth e Kirill Kashlikov.

'Treblinka é um filme de vozes e de corpos nus, a maior parte das vezes reflectidos nas janelas de um comboio. O público pode sentir-se desconfortável com a estética das imagens. Pode parecer contraditório falar do horror utilizando imagens belas. Mas, ao longo da história da arte, a beleza tem sido sempre utilizada para retratar as mais horrendas situações", explica o realizador.

Ama-San, de Cláudia Varejão, leva o espectador para Oriente e para uma tradição milenar, quase em extinção, de mulheres pescadoras que mergulham, em apneia, nas águas do Pacífico. A média de idade destas mulheres situa-se entre os 50 e os 85 anos.

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Na nota de imprensa, Claúdia Varejão refere que "estes mergulhos são dados no Japão há mais de 2.000 anos pelas Ama-San, literalmente, mulheres do mar que na cultura japonesa ocupam um lugar especial, sendo reverenciadas e, ao mesmo tempo, incompreendidas".

Fora de competição, o Visions du Réel mostrará ainda o documentário Talvez deserto, talvez universo, rodado com pacientes da unidade de internamento do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, e premiado em 2015 no DocLisboa.

O Visions du Réel decorrerá de 15 a 23 de abril com 180 filmes de quase 50 países.

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