Da minúcia das verificações técnicas à dureza do percurso

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Todo-o-terreno. Pax Rally arranca hoje em Lisboa

'Máquinas' vistoriadas ao pormenor para prova exclusiva em solo luso

Partida junto ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, pouco depois das 06.00, com destino a Castelo Branco, num trajecto de 384 quilómetros. Este é o percurso definido para a primeira das seis especiais do Pax Rally, competição de todo-o-terreno, exclusiva em solo nacional, que decorrerá durante cinco dias, entre hoje e domingo, ligando Lisboa a Portimão, no Algarve, na distância total de 1583 quilómetros.

O evento, integrado na Dakar Series, e que contará com a presença dos melhores pilotos do mundo em todo-o-terreno, foi alvo, ontem, de verificações rigorosas ao nível dos automóveis, motos e quads. Neste sentido, o DN foi inteirar-se acerca dos procedimentos que englobam as verificações técnicas nos automóveis.

Daniel Ribeiro, comissário técnico-chefe da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), já com longos 15 anos de experiência em grandes competições de todo-o-terreno, incluindo várias presenças no Rali Dakar, a mais mítica das provas de todo-o-terreno, explicou ao DN em que consistiram as verificações técnicas realizadas nos carros dos pilotos durante o dia que antecedeu o início da competição. "Em primeiro lugar, importa referir que há duas classes nos automóveis: T1 e T2, respectivamente. Os T1 correspondem aos carros mais preparados, enquanto os T2 dizem respeito, pelo seu lado, aos veículos menos preparados. Durante as verificações, há vários componentes de uma viatura que são selados; no caso dos T1, o bloco do motor e o restrictor, ao passo que nos T2, uma espécie de carros de série, são seladas, por exemplo, as transmissões, as caixas de velocidade e a cabeça dos motor", começou por esclarecer Daniel Ribeiro ao DN, ontem.

E os procedimentos, sempre muito minuciosos e cuidados, das verificações técnicas, não acabam por aqui. "Em matéria de segurança, tudo o que seja fatos de competição, capacetes, como também os bancos e ainda os cintos de segurança dos pilotos são vistoriados com todo o detalhe", acrescentou o comissário técnico--chefe da Federação Portuguesa de Automoblismo e Karting.

Segundo contou Daniel Ribeiro ao DN, as verificações técnicas poderão ocorrer, igualmente, no final de cada uma das etapas do Pax Rally.

"Sim, isso pode acontecer. Basta, por exemplo, que tenhamos suspeitas de que há um piloto cujo automóvel está a andar acima dos seus próprios limites. Todos os dias, depois de concluída cada uma das etapas, há uma reunião entre a organização da prova, a FPAK e o Colégio de Comissários Desportivos, durante a qual estas questões são discutidas", disse o comissário-chefe da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. "No final do evento, o carro do vencedor do Pax Rally será verificado de uma forma minuciosa", concluiu Daniel Ribeiro.

A segunda especial do Pax Rally, agendada para o dia de amanhã, irá ligar Castelo Branco a Benavente, na distância de 397 quilómetros. A caravana da prova, organizada pela Lagos Sport, empresa que conta com a colaboração da Escuderia Castelo Branco, passará ainda por Alcochete e por Portimão. A empresa francesa Amaury Sport Organisation (ASO) tenta compensar a Lagos Sport, ao incluir o Pax Rally em Portugal e integrado na Dakar Series, pelos prejuízos decorrentes do cancelamento do Rali Lisboa-Dakar em Janeiro último, em virtude da ameaça da prática de actos terroristas.

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