'CSI' encerra o caso. O fim do império que vale dois mil milhões
Quinze anos, outras tantas temporadas, uma audiência estimada em 63 milhões de espectadores espalhados por 200 países, quase 50 prémios de televisão - entre eles seis galardões Emmy -, o título de série mais vista em todo o mundo por cinco vezes nos últimos dez anos - segundo o relatório anual da Eurodata - e a raíz de um dos franchises de maior longevidade e sucesso do pequeno ecrã, capaz de criar um império avaliado pela Forbes em dois mil milhões de dólares.
Os factos não deixam dúvidas. CSI: Crime Sob Investigação, um femómeno televisivo no seu direito, chegou ontem ao fim em Portugal no AXN, com a transmissão do telefilme de duas horas, curiosamente intitulado Immortality, criado para colocar um fim à série criminal e encomendado pela CBS assim que se soube que a 15.ª temporada de CSI seria a sua última. Antes do telefilme, o AXN exibiu, ainda, Caso Encerrado - Homenagem a CSI, um documentário no qual o criador, argumentista e produtor-executivo Anthony E. Zuiker, e vários dos atores que passaram pela trama, deixaram o seu testeminho e recordaram momentos marcantes deste percurso e histórias de bastidores da série norte-americana atualmente protagonizada por Ted Danson e Elisabeth Shue mas que já teve atores como William Petersen, Marg Helgenberger, Laurence Fishburne e Gary Dourdan no seu elenco principal.
"Levei sete dias a escrever o telefilme e três a criar o episódio-piloto. Ainda assim, o filme foi muito mais fácil porque as personagens já estão estabelecidas e incorporadas, as vozes também, assim como os atores", contou o criador ao site Deadline, adiantando que vai agora realizar um sonho antigo: escrever um musical para a Broadway.
E os efeitos de década e meia de CSI, que deu origem a três spin-off na TV, não tardaram em fazer-se sentir. Se, por um lado, um estudo da Universidade de Purdue, EUA, concluiu que a série levou o público a olhar para o mundo do crime de forma mais glamourosa e para o sistema criminal e judicial com uma visão mais distorcida, o The Telegraph também reportava, em 2009, que CSI levou o número de estudantes inscritos em cursos de ciência forense a mais do que duplicar. Não obstante, a The Economist publicou também um estudo que defendia que as técnicas dos criminosos estavam mais apuradas graças ao que aprendiam na trama, que já contou com participações especiais de figuras como Taylor Swift, Justin Bieber e John Mayer.
Não será despropositado interligar o êxito duradouro de CSI na TV com o surgimento de várias séries criminais semelhantes. Casos de Investigação Criminal, Mentes Criminosas, Ossos, Sem Rasto, O Mentalista ou Psych.
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