Criar extensões ao ar livre nas antigas termas romanas
O espaço celebra seis anos com algumas atividades (lançamento de um livro, exibição de um filme, entre outras), que pretendem destacar o lado lúdico e pedagógico do museu.
"Não nos fixamos apenas na componente científica, damos também atenção ao lado lúdico e pedagógico", explica João Mendes Rosa: "interessa mais saber para que servia um biface [pedra moldada] do que a peça em si", exemplifica.
A exposição permanente faz este enquadramento, "sem comprometer o aspeto científico", e o diretor acredita que é aqui que reside parte do sucesso do museu.
Ao cabo de seis anos soma 15 mil visitas - sobretudo de público escolar - e já recebeu três distinções da Associação Portuguesa de Museologia (APOM): menção honrosa na categoria de Melhor Museu em 2008, Melhor Revista Museológica em 2009 e Melhores Serviços Educativos em 2011.
A aposta na interatividade também dá frutos na captação de crianças e jovens para o serviço de voluntariado, um dos pilares da instituição, acrescenta João Mendes Rosa.
"Há cerca de 40 voluntários que acompanham as prospeções arqueológicas e as diferentes valências do museu, como o espaço Internet e o laboratório", sublinhou.
Atualmente decorrem escavações de duas termas romanas na Quinta do Ervedal, junto a Castelo Novo, na vertente Sul do concelho do Fundão e João Mendes Rosa acredita que o futuro do museu passa por ali.
"Com a ajuda do voluntariado, o nosso objetivo, no futuro, é que aquelas áreas possam ser espaços musealizados ao ar livre", dedicadas ao termalismo romano, sublinhou.
O museu abriu em fevereiro de 2007 no remodelado Solar Falcão d'Elvas, no centro histórico do Fundão, num investimento do município que rondou os 600 mil euros.
No imóvel passou a ficar exposto o acervo museológico que a autarquia armazenou ao longo de décadas, constituído por quatro centenas de peças, de um total de cerca de 15 mil em depósito.
Reúne coleções de objetos do quotidiano, que vão da pré-história ao século V, conjuntos cerâmicos romanos e pré-romanos, machados, e exemplares de peças com inscrições seculares.
O espaço recebeu a designação de Museu Municipal José Monteiro, em homenagem ao responsável pela recolha de parte do espólio e um dos principais impulsionadores das investigações arqueológicas no concelho.