Crianças de Espinho fazem filmes com fundos europeus
O projecto em causa intitula-se "FEST - Visões do Futuro", implica um investimento global na ordem dos 12 mil euros e recebeu um financiamento de 55 por cento por parte do programa europeu "Youth in Action", que promove o envolvimento activo na comunidade apoiando iniciativas que estimulem nos jovens o sentido da cidadania europeia.
Filipe Pereira, presidente da FEST - Associação Cultural, afirma que o projecto a desenvolver em Espinho no primeiro semestre de 2010 tem objectivos "culturais e cívicos", destinando-se a despertar nos jovens de "contextos sociais mais complicados" a sensibilidade para com o audiovisual enquanto "forma de expressão e de afirmação social e cívica".
"A maior parte das crianças de Espinho, se já foi a uma sessão de cinema, foi 'ver' um filme", observa Filipe Pereira. "Com este projecto, queremos que descubram o que é 'fazer' um filme e percebam que o cinema não é só entretenimento e arte, mas também uma forma de comunicação".
"No fundo", acrescenta o presidente da FEST, "queremos aumentar a literacia destes jovens ao nível do audiovisual".
Na prática, o projecto "Visões do Futuro" vai permitir a realização de "cinco pequenos filmes" em que as diferentes tarefas associadas à produção cinematográfica serão desempenhadas por jovens dos 8 aos 16 anos.
Filipe Pereira prevê envolver na iniciativa cerca de 50 jovens, que deverão ser seleccionados para o efeito com recurso ao apoio dos técnicos da autarquia "que trabalham nos bairros de Espinho e conhecem melhor o terreno".
Na pré-produção, esses jovens serão responsáveis pela elaboração da história e do argumento do filme; durante a rodagem, irão integrar, em alternância, as diferentes equipas envolvidas no processo - tradicionalmente, as de Realização, Imagem, Som, Anotação e Montagem.
Os filmes a produzir deverão abordar um dos temas previstos na candidatura ao "Youth in Action": "Viver na Europa e no meu bairro" e "Não à discriminação baseada em estereótipos sociais e limitações físicas, e promoção da igualdade de género em todos os domínios da vida".
A duração das curtas-metragens será decidida pelos próprios jovens, mas Filipe Pereira estima que cada uma deva ter entre três a 12 minutos, sendo que todas terão exibição pública depois de concluído o projecto.