Segundo uma investigação da agência noticiosa norte-americana Associated Press, citada em vários meios de comunicação social internacionais, a rede intitulada ZunZuneo funcionou entre 2010 e 2012 e conseguiu conquistar cerca de 40.000 utilizadores..O plano era iludir o controlo do regime de Havana sobre a Internet e atrair através de uma rede de partilha de mensagens escritas uma audiência preferencialmente composta por jovens cubanos. Posteriormente, os dados dos aderentes seriam utilizados para fins políticos, nomeadamente para incentivar à dissidência. .O projeto foi desenvolvido através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, sigla em inglês), uma estrutura com ligações ao Departamento de Estado norte-americano, e implementado por empresas fictícias e financiado através de bancos estrangeiros..Segundo documentos citados pela imprensa internacional, a USAID destacou a importância das redes sociais para movimentos de dissidência em países como o Irão ou as Filipinas..A ideia da rede ZunZuneo (designação popular cubana para o som produzido pelo pássaro beija-flor) nasceu em 2009 com a ajuda de vários programadores informáticos pagos a partir das ilhas Caimão e com a participação de uma empresa designada Creative Associates. .Desenvolver uma ferramenta para trocar mensagens fora do controlo do regime de Havana através do uso de telemóveis foi a ideia traçada pelos especialistas..As mensagens desta rede social não estavam encriptadas, mas podiam ser transmitidas a partir de diversos servidores distribuídos por vários países, de forma a dificultar a localização da origem..Para lançar a rede social, segundo a investigação da agência noticiosa, citada por jornais como o norte-americano The Washington Post ou o britânico The Guardian, os norte-americanos contaram com um contacto secreto dentro da operadora de telecomunicações estatal Cubacel para ter acesso a informações relativas a meio milhão de números de telefone cubanos..Em dois anos de funcionamento, a ZunZuneo conseguiu alcançar cerca de 40 mil utilizadores..Numa declaração enviada à agência noticiosa, a USAID afirmou "ter orgulho no seu trabalho em Cuba, no que respeita a fornecer assistência humanitária básica, promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais e contribuir para um fluxo de informação mais livre para o povo cubano" que, segundo salientou, "tem vivido sob num regime autoritário" há 50 anos.