Criada comissão para promover Pinhal de Leiria a Património da Humanidade
Uma comissão para promover uma eventual candidatura do Pinhal de Leiria a Património Mundial da Humanidade foi criada no decurso da primeira reunião do movimento cívico de apoio a esta mata nacional, disse hoje um dos promotores da iniciativa.
"Além da decisão de legalizar o movimento, que terá a designação de Liga dos Amigos do Pinhal de Leiria, há uma comissão para dar andamento à candidatura a Património da Humanidade da mata", afirmou Gabriel Roldão a propósito da reunião do movimento cívico de apoio à área florestal que juntou no sábado, em Leiria, várias entidades e especialistas.
Segundo Gabriel Roldão, "estas são duas ações paralelas" dado "não se poder fazer a candidatura do Pinhal de Leiria com as atuais condições em que está", destacando, contudo, que "o objetivo primordial é criar a consciência nas pessoas para a necessidade de recuperar a mata", também conhecida como Pinhal do Rei.
"Não temos pretensões mais nenhumas além desta. A eventual candidatura é uma questão marginal de que a liga não se vai ocupar, mas vai apoiar", declarou, adiantando que será desafiado o Instituto Politécnico de Leiria a liderar esta iniciativa.
O responsável reiterou que o movimento cívico quer "pura e simplesmente recuperar o pinhal e as suas características do passado", evitando a sua degradação.
Hoje, o Diário de Leiria noticia que a ideia de candidatar o Pinhal de Leiria a Património da Humanidade partiu do historiador Saul António Gomes, que destaca o "relevante significado histórico e cultural", assim como a "sua singularidade enquanto ecossistema natural".
Para o historiador, a classificação "traduzirá reconhecimento", além de contribuir para a "projeção da região no mundo" e fomentar o turismo da natureza e cultural.
O sítio na Internet do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) refere que a Mata Nacional de Leiria, propriedade do Estado, tem 11.062 hectares, ocupando dois terços do concelho da Marinha Grande, e tem como espécie principal o pinheiro-bravo.
A sua origem "remonta a datas anteriores ao reinado de D. Dinis, mas foi com este rei que foram feitas as grandes sementeiras com pinheiro-bravo". A primeira arborização data do século XIII e o plano de ordenamento de 1892, lê-se no sítio do ICNF.
Entre os problemas com que se confronta o Pinhal de Leiria, Gabriel Roldão aponta a ausência de "regeneração" e o abandono de algumas zonas.
A degradação das estradas florestais ou a falta de limpeza são outros aspetos que o promotor exemplificou.