Cotação alta do cobre faz disparar roubos

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Os postos de transformação (PT) de electricidade são cada vez mais alvos dos ladrões do cobre. Em Viseu, duas empresas estiveram ontem paralisadas por falta de electricidade, falha que teve origem no roubo dos respectivos PT. Roubos que se seguiram a outros que visaram cabos de electricidade e de telecomunicações. O novo interesse parece ter resultado da subida de cotação do cobre, depois de fortes quedas.

Na manhã de segunda-feira, os empregados da Cartolito, uma gráfica em Viseu, não conseguiram "pôr as máquinas a trabalhar", contou ao DN o proprietário. Segundo Augusto Almiro, "os ladrões entraram na fábrica, cortaram o geral e levaram o PT que está avaliado em mais de 30 mil euros". Também na fábrica de tintas Tinsol, na Boaldeia, os ladrões "entraram dentro da fábrica, subiram ao poste e levaram o PT, avaliado em mais de sete mil euros", contou José Santos, proprietário.

Em ambos os casos os roubos foram praticados durante o fim- -de-semana e as fábricas só retomaram a laboração com recurso a geradores. Depois de um abrandamento nos roubos, justificados por fontes policiais com a "queda nas cotações", os furtos de cobre voltam em força.

Nos primeiros meses de 2009, apesar da efectiva quebra do consumo mundial que se verificou, a cotação do cobre iniciou uma tendência de recuperação e hoje está de novo em alta. "Com a cotação outra vez em alta, é ouro para os amigos do alheio", contou ao DN fonte da GNR. De acordo com as informações dos mercados financeiros "só este ano o cobre já valorizou mais de 90%, sustentado principalmente por compras chinesas para reservas governamentais". No mercado negro, "a recuperação também se fez sentir. Hoje um quilo de cobre é vendido a cinco euros, quando em finais do ano passado valia quatro", adiantou a fonte. Um negócio rentável para muitos sucateiros "que o compram a preços baixos para vender às fundições que o reciclam e colocam de novo no mercado". Apesar de o crime de receptação "ser punível com prisão de 5 a 8 anos as pessoas arriscam", concluiu o oficial da GNR.

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