Corrida ao ouro divide aldeia asturiana
De um lado, os que defendem a abertura da mina, um projeto de uma empresa de exploração de minério do Canadá que quer explorar o que acredita serem dois milhões de onças de ouro deixadas pelos romanos no Cantábrio, na última grnade jazida da Europa. Em troca 200 empregos para pessoas da zona durante oito anos. Entre os apoiantes, a UGT espanhola, "na defesa da atividade produtiva e nela entrando a exploração mineira responsável", disse o secretário geral, Justo Rodríguez Braga.
Do outro lado, sobretudo através da plataforma Oro No, estão os que defendem que a aldeia se mantenha tal qual: cerca de 4 mil habitantes, e uma economia apoiada na pesca, criação de gado e turismo. Consideram que exploração da mina será apenas um paliativo que destruirá um modo de vida sustentável num lugar único, como conta o "El Pais".
A questão arrasta-se e tem atravessado mandatos políticos. A autarquia começou por ser contra, hoje está a favor. Chegaram denuncias à Guardia Civil, a Confederação Hidrográfica do Cantrábrico rejeita o projeto em três relatórios diferentes. O último, datada de 12 de setembro, diz que considera impossível que o rio absorva essa quantidade de residuos.
Um pescador ouvido na reportagem do diário espanhol teme que a abertura na mina provoque um desequilíbrio ambiental que acabe com a sua maneira de apanhar corvina, com centenas de pequenos anzóis na parte da frente do barco.
A jazida está sob as lagoas de Salave. A boca da mina estará a 2,7 quilómetros que serão percorridos por um túnel com cinco metros de largura.
A empresa que pretende explorar a jazida chama-se Asturgold, diz que já investiu 20 milhões de euros na zona, foi criada de propósito para esta operação e é financiada por um fundo de investimentos.
Junto à boca da mina fica uma escola para crianças com problemas psíquicos, um centro de trabalho especial que emprega 14 pessoas e uma horta. Tem selo de ecológico, algo que a diretora diz saber que perderá. "Não acredito que se possam vender produtos ecológios ao lado de uma mina e com um barco de resíduos ao lado. Já para não falar da contaminação acústica e ambiental que sofrerá a escola. Não é um caprico ideológico, é que os nossos projetos não são compatíveis", diz a presidente da instituição Angelines Loza.