Corpo de Nadir Afonso em câmara ardente no Estoril
O funeral do mestre Nadir Afonso, que morreu ontem, aos 93 anos, no Hospital de Cascais, realiza-se no sábado às 11h00 na sua terra natal, Chaves, avançou à Lusa fonte da câmara municipal.
Segundo a fonte, o corpo do pintor deverá chegar sexta-feira à tarde a Chaves, no distrito de Vila Real, e ficará em câmara ardente na Igreja da Misericórdia, situada no Largo de Camões, no coração do centro histórico da cidade.
Ser sepultado nesta cidade de Trás-os-Montes seria, segundo a fonte, um desejo manifestado pelo pintor.
Em homenagem ao artista, a Câmara de Chaves decretou dois dias de luto municipal e colocou as bandeiras a meia haste.
Hoje, o corpo do artista poderá ser velado na igreja de Santo António do Estoril, entre as 17:00 e as 24:00.
Nadir Afonso nasceu em Chaves, em 1920, e estudou arquitetura na Escola de Belas-Arrtes do Porto. Partiu para Paris em 1946 para estudar Pintura. Por intermédio de Portinari obteve uma bolsa de estudo do governo francês. Colaborou com Le Corbusier. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro, onde trabalhou com Oscar Niemeyer. Trabalhou como arquiteto até 1965 ao mesmo tempo que desenvolvia trabalho como pintor abstracionista.
Tinha completado 93 anos no dia 4 de dezembro.
Foi distinguido em 1967 com o Prémio Nacional de Pintura, em 1969 com o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso e ainda condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010).
A última grande exposição do pintor realizou-se no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, e também no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em 2010, e também foi alvo de uma retrospetiva em 1970, na Fundação Calouste Gulbenkian.
O Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, e o Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa dedicaram grandes exposições ao pintor, em 2010.