Coro e Orquestra interpretam Requiem de António Pinho Vargas
No concerto, além do Requiem será interpretado o Adagio para cordas, de Samuel Barber e a Sinfonia dos Salmos, de Igor Stravinsky. Este programa repete na quinta-feira no mesmo palco, mas às 21:00.
Em declarações à Lusa, Pinho Vargas afirmou que não é um "homem religioso", mas "teve uma educação católica". Todavia, referiu, "a temática do Requiem é universal, porque se trata de uma missa dos mortos".
Para o compositor compor este Requiem foi a tentativa de "dar uma resposta à problemática universal subjacente, que é a missa dos mortos", e também uma resposta a outros Requiems que conhece.
O Requiem segue o texto litúrgico cristão em latim, tendo sido a primeira tarefa de António Pinho Vargas escolher as partes para as quais ia compor.
Pinho Vargas escolheu oito textos da liturgia: o "Introitus", "Kyrie", "Dies Irae", "Confortatis Maladictis", "Lacrimosa", a sexta parte que se divide em três: "Ofertorium", "Sanctus" e "Agnus Dei", e a última "Libera Me", totalizando 30 minutos.
Esta não é a primeira peça de inspiração religiosa de Pinho Vargas que anteriormente compôs a Oratória "Judas, secundum Lucam, Joannem, Matthaeum et Marcum", a partir do episódio bíblico de Judas Escariotes.
Esta peça estreou em 2002, pelo coro e orquestra Gulbenkian, no Festival de Música Sacra de Viana do Castelo que fez a encomenda ao compositor.
O Requiem foi uma encomenda da Fundação ao compositor depois ter escrito aos respetivos Serviços de Música, lembrando que há dez anos não recebia qualquer encomenda, e que pretendia dar continuidade à Oratória de Judas.
António Pinho Vargas, 61 anos, é professor de composição na Escola Superior de Música de Lisboa e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Em 2010 doutorou-se em Sociologia da Cultura na Universidade de Coimbra.
Além dos oito discos de jazz que gravou como pianista, Pinho Vargas compôs quatro óperas, uma oratória, nove peças para orquestra, oito peças para ensemble, 18 obras de música de câmara, sete peças para solistas e música para cinco filmes.