Construir o 'mundo' com o Bob
"Olha, Bob, vemo-nos no pavilhão." A expressão surgiu do entusiasmo de António, um menino de sete anos, quando conheceu Bob o Construtor nos bastidores. O António e os seus colegas da Academia dos Infantes, em Cascais, foram os convidados especiais da produtora Elec3city para conhecer as personagens e parte do cenário do espectáculo que promete esgotar a lotação do Europarque, (Santa Maria da Feira) de 1 a 3 de Dezembro, e do Pavilhão Atlântico (Lisboa), de 8 a 10 de Dezembro. Um espectáculo que não se desenrola no palco devido ao peso excessivo das máquinas utilizadas: assim, a plateia é o piso onde todos vão construir uma comunidade...
E, como era previsível, os meninos quiseram tocar, conversar, interagir com o simpático Bob, mas também com as máquinas "vivas" que ajudam o protagonista a conceber e consertar os bens materiais da sua comunidade. O "Escavão", uma escavadora amarela, a "Beta", uma misturadora de cimento laranja, o "Alturas", a grua azul, e o "Lagartas", a escavadora vermelha que cava e descarrega, são apenas quatro das personagens deste espectáculo megalómano, que pretende que o elenco, constituído por dez actores e/ou bailarinos, interaja com os milhares de espectadores... uma união justificada pela necessidade de melhorar o meio com uma atitude positiva. Para trabalhar, para construir um mundo melhor com todas as condições de segurança, todos têm de utilizar o capacete que a organização distribui. Tudo a postos? Agora, sim, chegou a hora de trabalhar.
O espectáculo infantil, inédito em Portugal, é uma encenação baseada no programa, que é actualmente transmitido no canal 2 da RTP. Nascido em 1997, o programa do Bob o Construtor só subiu pela primeira vez ao palco em 2002 e percorreu Inglaterra. O sucesso superou toda e qualquer expectativa. Espera-se agora que o mesmo aconteça no nosso país: até porque Barcelona já aguarda a comitiva portuguesa de 27 a 29 de Janeiro.
Mantendo a raiz do espectáculo, a produtora portuguesa achou conveniente fazer pequenas alterações. "Decidimos rescrever o guião para torná-lo mais rico", contou Paulo Sabino, o produtor técnico, que para isso precisou da competência da directora artística, a inglesa Lianne Bruce. Um reajustamento que até dia 24 será ensaiado arduamente - todos os dias das 08.00 à meia-noite - pelas 30 pessoas que constituem a equipa técnica. Apesar de serem dez personagens em palco, há actores suplentes preparados entrar em acção, pois a exigência física é substancial (os figurinos pesam dez quilos). E como uma lesão, ou mesmo uma dor muscular, pode surgir a qualquer momento, a presença assídua de um massagista é fundamental.
Importado mediante um investimento de 1,5 milhões de euros, o espectáculo pretende agora encantar as crianças, mas também os adultos, promovendo os valores do trabalho de equipa, realização de projectos e autoconfiança.