Consolidação com Optimus "não está em cima da mesa"

Porque é que a Vodafone foi a única operadora móvel que não criou uma marca low cost em Portugal?

Não temos essa necessidade. A moda dos low cost dirige-se a pessoas que só pretendem voz e mensagens escritas. Não precisamos de uma marca própria para ter essa oferta. Lançámos o Vodafone Directo e não temos de nos esconder por trás de uma marca diferente.

Admite perder esses segmentos?

Temos mais clientes nas classes A e B, pelo que a receita média é superior. Não quer dizer que não queiramos estar neste segmento, mas admitimos ter menos fatia de mercado. Se um dia entendermos que não é assim, não teremos problemas em criar uma marca.

Acha que a rede fixa está condenada a ser substituída pela móvel?

Na voz, acho que sim. Portugal é dos países onde há uma maior migração do fixo para o móvel. 54% dos minutos totais de voz são das redes móveis e na facturação representam 65%. Como a voz é intrinsecamente móvel, essa tendência vai acentuar-se. Na transmissão dados, a rede fixa ainda pode crescer, nomeadamente no ADSL. A oferta fixa ainda é superior, em termos de largura de banda, à oferta móvel. Mas também aí há grandes evoluções.

E a telefonia através da Net, o VOIP, é um ameaça aos operadores móveis?

Existe algum mito há volta do VOIP. A grande vantagem destes operadores, como o Skipe, é o facto de as pessoas falarem gratuitamente entre si. Mas se falarmos de chamadas entre operadores diferentes, há um custo de interligação. O VOIP é de facto uma oportunidade e uma ameaça. Mas ninguém pense que os operadores de VOIP terão um modelo de negócio rentável com chamadas gratuitas.

Admite uma consolidação entre a Vodafone e a Optimus?

A Vodafone de modo algum está a procurar qualquer cenário de consolidação. Não me parece que seja um cenário em cima da mesa.

Consegue garantir que as tarifas em 2006 vão baixar?

Seria muito estranho se isso não acontecesse. As tarifas têm baixados entre 0 e 5% por ano. 2006 não será diferente.