A análise à proposta do Orçamento do Estado de 2019 da responsabilidade do Conselho das Finanças Públicas (CFP) vai ter de ser adiada uma semana porque as Finanças, tuteladas por Mário Centeno, atrasaram-se a enviar informação..De acordo com fonte oficial do Conselho, que é presidido por Teodora Cardoso, "o Conselho das Finanças Públicas (CFP) vai publicar o relatório n.º 13/2018 com a Análise à Proposta de Orçamento do Estado para 2019 no dia 13 de novembro".."A publicação desta análise estava inicialmente prevista para 7 de novembro e foi adiada uma semana devido a atrasos na prestação de informação pelo Ministério das Finanças", diz o CFP, que tem como missão fazer a avaliação independente sobre a consistência, cumprimento e sustentabilidade da política orçamental..Parecer ao cenário macro também teve problemas.As queixas do CFP não são novas. Por exemplo, no seu "parecer sobre as previsões macroeconómicas subjacentes à Proposta de Orçamento do Estado para 2019", publicado no dia 15 de outubro, o Conselho disse que teve uma reunião a 2 de outubro onde foi solicitado pelo CFP "um conjunto de informação adicional, do qual apenas uma parte foi recebida".."A 9 de outubro o Ministério das Finanças enviou a versão final do cenário macroeconómico sem nova informação sobre as medidas de política implícitas nesse cenário", acrescentou o CFP..A entidade de Teodora Cardoso lamentou ainda ao nível da variável do consumo público (previsão para 2019) que "não são claras as medidas que a POE/2019 poderá ter em consideração, nem foi fornecida informação suficiente para validar o efeito volume-preço das medidas subjacentes ao cenário".."Falta de informação", "não fornecida atempadamente"."O CFP solicitou informação adicional sobre a composição do consumo público subjacente ao cenário em análise, bem como sobre as variações de volume e preço subjacentes, que não foram disponibilizadas até à data de fecho deste parecer.".A previsão para o investimento também teve problemas. "O investimento considerado neste cenário é sobretudo do sector privado, não tendo sido ainda explicitadas as medidas de política pública, e ainda menos os seus efeitos, na fundamentação da variação prevista"..O Conselho reitera que "como anteriormente referido, também não foram identificados projetos específicos de investimentos já decididos pelo sector privado. Assim, no médio prazo, a previsão de crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo afigura-se otimista, acentuando o risco descendente implícito na previsão de crescimento do PIB real"..O parecer ao cenário macro terminava, dizendo que "as reservas às previsões para 2019 devem-se essencialmente à falta de informação complementar solicitada e não fornecida atempadamente ao CFP"..Jornalista do Dinheiro Vivo