Meses de protestos dos coletes amarelos em Paris culminaram ontem em confrontos com a polícia de choque e onde os radicais conhecidos como black blocs tiveram papel ativo, culminando na detenção de quase 400 manifestantes e milhares de controlos preventivos..A violência acabou por abafar a ação com que os sindicalistas queriam assinalar o Dia do Trabalhador, tendo o líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT) sido afastado da manifestação e impedido de intervir em Paris. Os confrontos ficaram marcados pelo lançamento de pedras, vidros partidos e lixo queimado, tendo alastrado a outras cidades de França, segundo os relatos da imprensa gaulesa..O 1.º de Maio, que se celebrava após o presidente Emmanuel Macron ter anunciado um conjunto de medidas - incluindo um corte de impostos na ordem dos 5000 milhões - para apaziguar os coletes amarelos, reuniu mais de 300 mil pessoas em 250 manifestações e comícios por toda a França, de acordo com os sindicatos. O governo, contudo, estimou essa participação em cerca de 165 mil manifestantes..A polícia de choque viu-se obrigada a recorrer ao uso de canhões de água e ao lançamento de gás lacrimogéneo contra a multidão nas ruas de Paris, tendo mesmo carregado algumas vezes sobre os manifestantes - de que resultaram quatro dezenas de feridos, entre os quais 14 polícias..O ataque contra uma esquadra da polícia no 13.º bairro de Paris e uma tentativa de "invasão violenta" do serviço de reanimação cirúrgica do hospital Pitié Salpêtrière foram dois momentos marcantes de uma quarta-feira que os radicais prometiam ser "um dia de apocalipse"..O ministro do Interior, Christophe Castaner, estimou que "800 a 1000 pessoas vieram para lutar" nas ruas de Paris - acabando por "roubar às organizações sindicais" a celebração do "seu Dia Internacional do Trabalho e a sua mobilização"..Nas redes sociais, utilizadas pelos populares e por muitos dos jornalistas que noticiavam os acontecimentos em tempo real, surgiu a reação indignada das autoridades policiais contra a hashtag CRS = ISIS - equiparando elementos da polícia de choque aos terroristas do Estado Islâmico - que apareceu escrita numa parede. "Inadmissível", escreveu o comando da polícia parisiense..Na zona de Montparnasse registaram-se incidentes logo no arranque do cortejo do 1.º de Maio que iria dirigir-se para a Place d'Italie, no 13.º bairro, organizado tradicionalmente pelas forças sindicais e neste ano reforçado pelo movimento dos coletes amarelos na margem esquerda do Sena..O secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, ao regressar ao cortejo, dirigiu fortes críticas ao ministro do Interior e ao presidente da Câmara de Paris, além de acusar a polícia por ter "atacado a CGT"..Outra estrutura sindical, a confederação Força Operária (FO), publicou várias mensagens nas redes sociais a "condenar a violência de que alguns dos seus militares foram vítimas" durante a manifestação em Paris. "Esta situação não altera a determinação da FO em defesa de melhores salários, do serviço público, das reformas", lia-se num desses comunicados..A tensão nas ruas adjacentes à Place d'Italie foi crescendo ao longo do dia, com a polícia a usar canhões de água e gás lacrimogéneo que "têm gerado movimentos de pânico em que as pessoas fogem enquanto procuram ajudar-se mutuamente", informou um repórter do Le Fígaro..O jornal Le Parisien, que partilhou o vídeo de uma mulher a ser detida pelas autoridades, indicou terem sido apreendidas armas brancas e materiais usados para a elaboração de cocktails Molotov..Em Nantes, segundo o relato de um jornalista da Presse Oceán, os confrontos no centro da cidade levaram ao lançamento de gás lacrimogéneo contra os manifestantes. Em Toulouse também houve recurso ao lançamento de gás lacrimogéneo contra os coletes amarelos no centro da cidade, embora o seu número tenha diminuído com o passar das horas, indicou o Le Monde..O sistema policial implantado em Paris incluía 190 motos da Brigada de Repressão à Ação Violenta (BRAV) e 7400 agentes policiais destacados para fazer face aos protestos. O Ministério do Interior tinha prometido realizar "a maior vigilância" sobre a presença anunciada de "mil a dois mil ativistas radicais, possivelmente reforçados com indivíduos do exterior que poderiam espalhar desordem e violência".
Meses de protestos dos coletes amarelos em Paris culminaram ontem em confrontos com a polícia de choque e onde os radicais conhecidos como black blocs tiveram papel ativo, culminando na detenção de quase 400 manifestantes e milhares de controlos preventivos..A violência acabou por abafar a ação com que os sindicalistas queriam assinalar o Dia do Trabalhador, tendo o líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT) sido afastado da manifestação e impedido de intervir em Paris. Os confrontos ficaram marcados pelo lançamento de pedras, vidros partidos e lixo queimado, tendo alastrado a outras cidades de França, segundo os relatos da imprensa gaulesa..O 1.º de Maio, que se celebrava após o presidente Emmanuel Macron ter anunciado um conjunto de medidas - incluindo um corte de impostos na ordem dos 5000 milhões - para apaziguar os coletes amarelos, reuniu mais de 300 mil pessoas em 250 manifestações e comícios por toda a França, de acordo com os sindicatos. O governo, contudo, estimou essa participação em cerca de 165 mil manifestantes..A polícia de choque viu-se obrigada a recorrer ao uso de canhões de água e ao lançamento de gás lacrimogéneo contra a multidão nas ruas de Paris, tendo mesmo carregado algumas vezes sobre os manifestantes - de que resultaram quatro dezenas de feridos, entre os quais 14 polícias..O ataque contra uma esquadra da polícia no 13.º bairro de Paris e uma tentativa de "invasão violenta" do serviço de reanimação cirúrgica do hospital Pitié Salpêtrière foram dois momentos marcantes de uma quarta-feira que os radicais prometiam ser "um dia de apocalipse"..O ministro do Interior, Christophe Castaner, estimou que "800 a 1000 pessoas vieram para lutar" nas ruas de Paris - acabando por "roubar às organizações sindicais" a celebração do "seu Dia Internacional do Trabalho e a sua mobilização"..Nas redes sociais, utilizadas pelos populares e por muitos dos jornalistas que noticiavam os acontecimentos em tempo real, surgiu a reação indignada das autoridades policiais contra a hashtag CRS = ISIS - equiparando elementos da polícia de choque aos terroristas do Estado Islâmico - que apareceu escrita numa parede. "Inadmissível", escreveu o comando da polícia parisiense..Na zona de Montparnasse registaram-se incidentes logo no arranque do cortejo do 1.º de Maio que iria dirigir-se para a Place d'Italie, no 13.º bairro, organizado tradicionalmente pelas forças sindicais e neste ano reforçado pelo movimento dos coletes amarelos na margem esquerda do Sena..O secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, ao regressar ao cortejo, dirigiu fortes críticas ao ministro do Interior e ao presidente da Câmara de Paris, além de acusar a polícia por ter "atacado a CGT"..Outra estrutura sindical, a confederação Força Operária (FO), publicou várias mensagens nas redes sociais a "condenar a violência de que alguns dos seus militares foram vítimas" durante a manifestação em Paris. "Esta situação não altera a determinação da FO em defesa de melhores salários, do serviço público, das reformas", lia-se num desses comunicados..A tensão nas ruas adjacentes à Place d'Italie foi crescendo ao longo do dia, com a polícia a usar canhões de água e gás lacrimogéneo que "têm gerado movimentos de pânico em que as pessoas fogem enquanto procuram ajudar-se mutuamente", informou um repórter do Le Fígaro..O jornal Le Parisien, que partilhou o vídeo de uma mulher a ser detida pelas autoridades, indicou terem sido apreendidas armas brancas e materiais usados para a elaboração de cocktails Molotov..Em Nantes, segundo o relato de um jornalista da Presse Oceán, os confrontos no centro da cidade levaram ao lançamento de gás lacrimogéneo contra os manifestantes. Em Toulouse também houve recurso ao lançamento de gás lacrimogéneo contra os coletes amarelos no centro da cidade, embora o seu número tenha diminuído com o passar das horas, indicou o Le Monde..O sistema policial implantado em Paris incluía 190 motos da Brigada de Repressão à Ação Violenta (BRAV) e 7400 agentes policiais destacados para fazer face aos protestos. O Ministério do Interior tinha prometido realizar "a maior vigilância" sobre a presença anunciada de "mil a dois mil ativistas radicais, possivelmente reforçados com indivíduos do exterior que poderiam espalhar desordem e violência".