O arguido, que se encontra em prisão preventiva, confessou que em setembro de 2012 disparou contra a sua senhoria, de 79 anos, que, na altura, "estava no quintal". Logo depois, regressou para o interior da casa e chamou a polícia para se entregar.."Quando a minha senhoria me deu uma ordem de despejo, fiquei desesperado, não tinha para onde ir", defendeu, adiantando que "já tinha pedido à Segurança Social uma casa", sem efeito..O homem esclareceu ainda que, até ao dia do crime, nunca lhe passou pela cabeça fazer mal à vítima. Apesar de ter carregado a arma no dia anterior ao crime, insistiu não ter premeditado o crime..Durante a audiência, foram ouvidas testemunhas como as duas filhas da vítima e o médico psiquiatra do suspeito, que garantiu que não se tratava de um homem violento e que, embora apresente um "distúrbio a nível do desenvolvimento da personalidade, dificilmente haveria risco de repetir tal atitude violenta"..A juíza ouviu ainda uma filha do arguido, que o descreveu com um "homem bastante solitário", mas que "nunca tinha feito mal a ninguém"..Por sua vez, o advogado dos assistentes sublinhou tratar-se de "um crime brutal e que os relatórios clínicos feitos ao arguido dizem que pode reincidir". Além disso, defende que o crime foi premeditado, pedindo, por isso, uma "condenação exemplar"..No final da sessão, o Ministério Público alegou que a confissão é esclarecedora para uma condenação. Lembrou ainda que o arguido se encontra também acusado de posse ilegal de arma..A leitura da decisão judicial está marcada para o próximo dia 12, às 09.30.