Condenada a 17 anos de prisão por morte misteriosa do namorado

Pesquisas comprometedoras encontradas no computador na base da decisão dos juízes. E tudo começou num mestrado de realização para cinema e televisão
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Parece um filme mas é vida real e o desenlace foi nesta quarta-feira conhecido com a condenação de uma professora a 17 anos de cadeia, pelos crimes de homicídio qualificado e incêndio, como se pode ler na página da internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

Tudo terá começado em 2011 quando um casal se terá apaixonado num mestrado de realização e cinema. A relação evoluiu mas a vítima, passou por um período do qual nunca se recompôs devido ao facto de não conseguir trabalho.

Ainda no mestrado o casal terá aprendido a fazer efeitos especiais com gelo seco. Falamos de um produto feito à base de dióxido de carbono que após molhado intoxica caso seja utilizada em grande quantidade.

A residirem no Norte, a vítima tornou-se alegadamente instável, a tal ponto que quis fazer um pacto de suicídio com a namorada. Entre tanta turbulência e muitas viagens para distrair pela Europa fora (Madrid, Veneza, Roma, Paris) para além de uma casa de fim-de-semana no Parque das Nações, e Lisboa, a vítima não terá conseguido melhorar.

O que se sabe que aconteceu na véspera de Natal de 2016, altura da morte, é que o casal encomendou gelo seco, segundo o Ministério Público apenas uma manobra de diversão, e que a vítima apareceu morta na cama após ingerir comprimidos para dormir. Os juízes consideram que a professora aproveitou a tendência suicida do namorado para resolver o assunto em definitivo.

Na noite do incêndio não pediu ajuda e apanhou um táxi do Parque das Nações até Vila Nova de Gaia. Posteriormente disse às autoridades que apenas ajudou o namorado a morrer, como ele pretendia.


Porém, as perícias informáticas descobriram pesquisas comprometedoras: Como matar alguém com gelo seco, como matar uma pessoa sem deixar pistas, quanto tempo é necessário estar alguém exposto ao dióxido de carbono para morrer.

O acórdão ainda não transitou em julgado, estando a correr prazo para um eventual recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa.

O coletivo de juízes decidiu manter a arguida sujeita à medida de coação de prisão preventiva.

O inquérito foi dirigido pelo Ministério Público na 7ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, com a coadjuvação da Polícia Judiciária.

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