Concerto-aperitivo abre temporada do São Carlos
A temporada lírica propriamente dita só começa daqui por um mês, com a popular Madama Butterfly, de Puccini (ver texto secundário), mas o Teatro São Carlos faz hoje uma abertura simbólica da sua temporada lírica, com um concerto dos seus coro e orquestra, a que se juntam duas solistas: uma habitual presença na casa, o meio-soprano Cátia Moreso; e outra mais ocasional, já que radicada em Inglaterra: o soprano Susana Gaspar. A direção cabe à titular da Sinfónica Portuguesa, Joana Carneiro.
E o programa desenhado para esta noitre dificilmente poderia ser mais festivo. Primeiramente, para as solistas, elas cantam juntas o Dueto das Flores (Sous le dôme épais) do 1.º ato da Lakmé de Delibes, a Preghiera Ineggiamo, il Signor... (também com o Coro) da Cavalleria Rusticana de Leoncavallo e novo dueto das flores: o Scuoti quella fronda di ciliegio, do 2.º ato da Madama Butterfly, em jeito de aperitivo para a primeira ópera da temporada (em que Cátia será Suzuki). A solo, há para Susana Dove sono i bei momenti, ária da Condessa do 3.º ato das Bodas de Fígaro e Si, mi chiamano Mimì do 1.º ato da Bohème; já Cátia tem reservada a Habanera da Carmen (1.º ato).
Para o Coro do Teatro só há Verdi: o Coro de Entrada do Nabucco, o Coro dos ciganos do 2.º ato do Trovador e, a terminar o concerto, o Va, pensiero, ou Coro dos escravos hebreus, também do Nabucco (3.º ato) - duplo aperitivo, portanto, para a ópera que subirá ao palco do São Carlos em junho próximo.
Por fim, para a Sinfónica Portuguesa a solo, há a Abertura das Bodas de Fígaro, o Intermezzo da Cavalleria Rusticana e o Prelúdio da Carmen.
Temporada arranca a 20 de outubro
A temporada 2015-16 do São Carlos foi desenhada em boa parte pelo "programador-convidado" Patrick Dickie, em colaboração com Joana Carneiro e João Paulo Santos. Entretanto, como se sabe, o governo cessante publicou uma portaria de abertura de concurso internacional para escolha de um diretor artístico para o Teatro, figura que o São Carlos não tem desde junho de 2013. Tarefa, portanto, para o próximo governo concluir.
Para já, ocupemo-nos da temporada que aí vem: início, como acima dito, com a popular Madama Butterfly, de Puccini, numa produção vinda de Inglaterra que será dirigida pelo italiano Domenico Longo. Haverá sete récitas de 20 de outubro a 1 de novembro.
Ópera no palco do São Carlos só regressa em fevereiro, com os Diálogos das Carmelitas, de Francis Poulenc, numa nova encenação a cargo de Luís Miguel Cintra. No mês seguinte, teremos a Ifigénia em Táuris de Gluck e em abril, o São Carlos desloca-se para o CCB para duas récitas de A Flowering Tree, do norte-americano John Adams. Em maio, depois de um Requiem de Verdi incluído na temporada lírica, há a estreia moderna de Lindane e Dalmiro, de João Cordeiro da Silva, compositor ligado aos primeiros anos de atividade do Teatro São Carlos, numa encenação de Luca Aprea.
A temporada termina a 18 de junho, dia da quinta e última récita do Nabucco, tendo por protagonista feminina (Abigail) o soprano Elisabete Matos e por maestro Antonio Pirolli.
Pelo meio (janeiro), há a estreia de Canto da Europa, de Nuno Maló, sobre texto de Jacinto Lucas Pires, no Dona Maria II.