Computadores do Estado "aprisionados" em troca de resgates

Situação é cada vez mais comum, alerta Centro Nacional de Cibersegurança. Objetivo dos 'hackers' é obter dinheiro
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Os ataques têm sido detetados em tempo útil, mas há cada vez mais tentativas de penetrar nos sistemas dos computadores do Estado. A informação é avançada esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias, que cita a confirmação do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS). O organismo sublinha, porém, que os ataques têm sido controlados e os 'hackers' têm sido impedidos de cumprir os seus objetivos, que passam por tornar reféns os computadores e libertá-los apenas a troco do pagamento de um resgate.

A PJ já abriu vários inquéritos a partir da informação recolhida pelos técnicos do CNCS, o que tem permitido deter alguns dos piratas informáticos. Os 'hackers' atuam sobretudo através do envio de emails maliciosos - malware - cujos ficheiros, ao serem abertos, libertam o vírus que imobiliza o computador e lhes permite controlá-lo. "Os computadores são tornados reféns para conseguir dinheiro", explicou ao JN José Carlos Martins, coordenador do CNCS. O propósito é financeiro e não tem por base uma tentativa de aceder a ficheiros confidenciais ou informação sensível do Estado. Os piratas informáticas procuram acesso a dados pessoais do utilizador do computador, por norma, para tentarem o acesso às suas contas bancárias. "São mails enviados de forma indiscriminada", refere José Carlos Martins.

O Estado não negoceia com os 'hackers' e acabar por libertar os computadores "reféns" recorrendo a ferramentas específicas de que dispõe o CNCS, mas a julgar pelos valores pedidos a privados, os resgates exigidos não são em montantes inferiores a 500 euros. O valor aumenta consoante o tempo que o alvo demore a pagar, mas nada garante que o computador seja libertado após este pagamento, pelo que o CNCS tem procurado sensibilizar a sociedade civil para os riscos da utilização informática. "Cabe-nos também um papel de alerta em relação à sociedade civil", disse ao JN o coordenador do organismo.

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