Computadores de russo sem nada suspeito
Os discos rígidos dos dois computadores levados pela Polícia Judiciária nas buscas efectuadas na quarta-feira à casa onde o jovem russo Sergey Malinka vive com os pais, na Praia da Luz, já foram analisados pelos peritos de informática daquela polícia. As perícias terminaram na sexta-feira ao fim do dia e "nenhum dado relevante foi encontrado", disse ao DN o inspector-chefe Olegário de Sousa.
"Se algo de relevante tivesse sido detectado que relacionasse o cidadão russo com o desaparecimento da criança britânica, o indivíduo passaria automaticamente de testemunha a arguido no processo e isso não aconteceu até ao momento", frisou aquele responsável.
Embora "menos visíveis", conforme admitiu Olegário de Sousa, as investigações da Polícia Judiciária continuam "a bom ritmo", na recolha de informação e cruzamento de dados. A relação existente entre o único arguido no processo do desaparecimento de Madeleine, o luso-britânico Robert Murat, e o russo Sergey Malinka continua a ser estudada pela polícia, sendo esta uma das grandes linhas de investigação neste caso.
Loja de informática
A vida do jovem Malinka, que faz 23 anos no próximo dia 30, tem contornos pouco definidos. Inicialmente, foi dito que Malinka tinha uma loja de informática em Lagoa, mas isso não corresponde à verdade, conforme apurou ontem o DN.
Aliás, o russo nunca esteve ligado a qualquer loja de informática, embora seja conhecido na zona pelos seus conhecimentos na área. Certo é que foi ele o responsável pelo website na Internet da empresa de vendas imobiliárias online de Murat e da sua sócia, a alemã Michaela Walzcuch, outra das testemunhas do processo. Ao que o DN apurou, o jovem é funcionário de uma agência imobiliária no concelho de Lagoa.
Malinka processa Estado
Entretanto, o DN soube que Sergey Malinka vai pedir o seu registo criminal para provar "a toda a gente" a sua "inocência". O russo já pediu apoio, nomeadamente jurídico, à Embaixada da Rússia em Lisboa, para processar o Estado português por "calúnias" e "agressões durante a inquirição" pelo Departamento de Investi- gação Criminal de Portimão.
Malinka tenciona igualmente agir criminalmente contra alguns órgãos de informação nacionais, segundo os quais aquele cidadão russo teria "antecedentes criminais relacionados com sexo violento".
"Nunca violei crianças, nunca fui pedófilo, não tenho nada a ver com essas coisas", reafirmou ontem em entrevista à TVI. |