Em declarações à agência Lusa a propósito da temporada 2017/2018 da CNB, o responsável artístico explicou que definiu as parcerias com outros teatros como uma das prioridades estratégicas para levar a companhia para o centro de Lisboa.."É essencial fazer parcerias porque a CNB merece estar muito mais visível. Temos um leque de bailarinos fantástico", salientou Paulo Ribeiro, sobre os projetos que envolvem o Teatro Nacional de São Carlos, o Teatro da Trindade, o São Luiz Teatro Municipal e o Teatro do Bairro.."O objetivo é criar uma ação concertada para estabelecer laços de proximidade com o público lisboeta e ganhar visibilidade numa cidade com uma intensa oferta cultural, esperando conseguir atrair novos públicos para o Teatro Camões, a casa da CNB", sustentou..Referindo mais uma vez as capacidades do elenco, e o facto de a CNB ser "a única companhia nacional", Paulo Ribeiro recordou que este perfil possibilita uma multiplicação tanto os espetáculos de ballet clássico, "com coreógrafos reconhecidos, e incontornáveis, como outros, com um trabalho mais experimental"..Paulo Ribeiro, coreógrafo e bailarino, foi nomeado para a CNB em outubro do ano passado pelo Ministério da Cultura, em substituição de Luísa Taveira, que entrou nessa altura no conselho de administração do Centro Cultural de Belém..A nova temporada será a primeira delineada quase na totalidade pelo novo diretor, sobretudo a partir de janeiro de 2018, sendo que até dezembro ainda surgem escolhas de Luísa Taveira, com exceção do trabalho de Aldara Bizarro, com a peça "Especialistas", em novembro..Até ao verão de 2018, a CNB desdobra-se por novas coreografias, como a que abre a temporada, "Dido e Eneias", uma nova criação de António Cabrita e São Castro, que resulta de um convite da anterior diretora artística da companhia.."Uma nova criação é sempre algo de risco, pode resultar bem ou não. Mas é sempre um desafio interessante, não só para os coreógrafos, mas também para o público, para a crítica", comentou Paulo Ribeiro à Lusa, acrescentando que "as revisitações melhoram sempre as peças" e as novas criações "exploram o potencial da companhia ao máximo"..Sobre o facto de não estarem peças da sua autoria na programação, Paulo Ribeiro explicou que, embora tenha recebido anteriormente convites de Luísa Taveira, neste momento está ocupado com vários projetos com a companhia em seu nome, cuja direção deixou, mas que continua ativa..Relativamente à atividade dos Estúdios Vítor Cordon, no Chiado, em Lisboa, outro espaço da CNB, partilhado com o Teatro Nacional de São Carlos, pois ambas as entidades são tuteladas pelo Organismo de Produção Artística (OPART), o responsável avalia que "está a ter grande sucesso"..Em fevereiro deste ano, o centro educativo foi alvo de polémica depois de o então coordenador, Bruno Cochat, ter sido convidado a sair para entrar no seu lugar o coreógrafo Rui Lopes Graça, nomeado pelo conselho de administração do OPART..Paulo Ribeiro considera que o trabalho ali desenvolvido é de grande importância pelo "serviço público" que representa e também para a comunidade artística, com a realização de aulas abertas para profissionais e amadores, residências artísticas e um projeto em curso com Cabo Verde.."Este trabalho aproxima a CNB à comunidade artística e revigora a cena independente", salientou o coreógrafo e bailarino de 57 anos, nascido em Lisboa, reconhecido como um dos nomes destacados da geração da Nova Dança Portuguesa..Paulo Ribeiro fundou a própria companhia em 1995 e foi diretor artístico do Ballet Gulbenkian, entre 2003 e 2005, antes da extinção dessa companhia.