Companhia de teatro Filandorra estreia três produções em 2019
A companhia de teatro, sediada em Vila Real, apresentou a temporada 2019 que inclui três novas produções desenvolvidas com o apoio sustentado bienal da Direção-geral das Artes/ Ministério da Cultura.
O diretor da Filandorra, David Carvalho, disse hoje que a estreia nacional da peça "Frei Luís de Sousa", de Almeida Garrett, acontece a 27 de março, dia Mundial do Teatro, em Amarante.
O palco escolhido é o convento de São Gonçalo.
"Estreia num contexto específico, fora de salas tradicionais embora lá chegue. Iremos ter, em 2019, um conjunto de representações em lugares não prováveis para o teatro", referiu o diretor.
A peça irá desenvolver-se ao longo de três atos, em salas diferentes do edifício, terminando na igreja de São Gonçalo.
Depois, a Filandorra vai para uma residência artística em Sernancelhe, distrito de Viseu, para a criação da peça "Mestre Grilo Cantava e a Giganta Dormia", de Aquilino Ribeiro.
A estreia está marcada para 27 de maio, em Sernancelhe, a terra natal do escritor.
"Aquilino Ribeiro, um monstro da literatura. Não é a sua obra maior, mas é a obra que escreveu para os seus filhos e é uma experiência singular", salientou David Carvalho.
A compositora Marília Miranda, de Vila Real, criou a letra e música das canções que vão acompanhar esta produção.
Em outubro, em Vila Real, estreia "Não se brinca com o amor", de Alfred Musset, autor romântico do século XIX, uma peça que vai ter como encenador convidado Filipe Crawford.
David Carvalho disse que este espetáculo sai da sala e "desce aos territórios" no verão, podendo ser representada ao ar livre.
O projeto "O teatro e as serras" venceu o orçamento participativo 2017 e está a ser implementado nos distritos de Vila Real e Bragança através de cinco polos de criação localizados nas principais serras destes territórios.
A Filandorra está a desenvolver dois desses polos, o da serra de Bornes, que já estreou "Contas Nordestinas", do escritor António Manuel Pires Cabral.
A 22 de fevereiro estreia "Histórias da Vermelhinha", de Bento da Cruz, criado no polo da serra do Barroso, que se estende pelos concelhos de Boticas e Montalegre.
David Carvalho elencou ainda a participação da companhia em várias iniciativas da comunidade e em eventos tradicionais, como o "Mil diabos à solta", em Vinhais, o Carnaval de Podence, em Macedo de Cavaleiros, ou a Via Dolorosa, na Páscoa, em Vila Real.
A Filandorra termina o ano associando-se ao centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, com a reposição da peça "A menina do mar" a 06 de novembro, no Teatro Ribeiro da Conceição, em Lamego.
Com 33 anos de existência, a companhia possui uma rede protocolada com cerca de 40 municípios, já criou 72 produções e contabiliza cerca de 5.000 espetáculos.