O fundador da Companhia de Dança de Lisboa (CDL) garante que só por cima do seu cadáver a câmara da capital tomará conta do espaço ocupado por aquela instituição no Palácio dos Marqueses de Tancos, à Costa do Castelo, centro histórico da cidade..José Manuel Oliveira, fundador e director daquela companhia, lamenta que o "actual presidente do município tenha optado por avançar com a acção de despejo contra a CDL e nem sequer se tenha disponibilizado a visitar-nos para conhecer o trabalho realizado e o que fizemos para melhorar este espaço que se encontrava muito degradado quando para aqui nos mudámos"..A CDL, fundada 1984, ocupa os andares nobres do Palácio dos Marqueses de Tancos, desde 1993, ao abrigo de um protocolo assinado com João Soares, renovável a cada dez anos. "Estou tranquilo, o protocolo é válido até 2013", disse ao DN José Manuel Oliveira..A autarquia lisboeta, já sob a gestão socialista de António Costa, notificou o director da CDL, dando oito dias (que se completam para a semana) à instituição para sair. "Mas isto não é uma casinha", afirmou ao DN. Aquele responsável diz-se alvo de acções persecutórias por parte do Município de Lisboa sobretudo desde que, sublinhou, "denunciei as irregularidades que se cometeram no andar de baixo do palácio, quando a EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) fez obras para aqui se instalar, sem que os trabalhos tivessem sido acompanhados pelas entidades de defesa do património", salientou. José Manuel Oliveira destaca "o contributo que a CDL tem dado para divulgação da cultura no estrangeiro" e garante que tem investido na melhoria das instalações da Costa do Castelo, "apesar do esforço financeiro, e de não sermos subsidiodependentes, pois vivemos das receitas dos espectáculos e das actividades que aqui promovemos (aulas de dança)". O director da CDL denunciou haver "jogos de interesse" relativamente ao palácio. .Contactado pelo DN, o presidente da câmara afirmou não estar informado sobre esta situação.|