A estrutura nasce no universo Annarella Sanchez, professora e coreógrafa cubana há duas décadas radicada em Portugal, que criou em Leiria uma academia de dança para iniciação e um conservatório privado que tem atraído jovens bailarinos de todo mundo, que ali procuram a especialização.."A ideia da Companhia de Ballet de Leiria surgiu há uns três anos, a partir da necessidade de fazer apresentações clássicas", explica a coreógrafa, que assume a direção..A companhia arranca com um elenco principal de seis bailarinas de cinco nacionalidades, entre os 16 e 22 anos, e a linha artística, "apesar da formação clássica, não será só dança clássica".."Este projeto é profissional, só para meninas que vão seguir carreira. Nenhum amador pode aqui dançar. É o primeiro projeto profissional em Leiria", sublinha a responsável, acreditando que este é "o primeiro passo de algo muito grande".."Todas as coisas começam pequenas. Tenho esperança que vamos conseguir construir aqui algo muito bom. Já temos muita visibilidade no estrangeiro"..O conservatório de Annarella tem conquistado fama através de concursos na televisão e competições internacionais, com destaque para António Casalinho, um jovem bailarino que tem somado conquistas consecutivas no estrangeiro..Para o final do ano está prevista uma presença da Companhia de Ballet de Leiria em Nova Iorque e está em preparação a parceria com uma estrutura de Lecce, em Itália. "Queremos começar a vender o nosso trabalho fora daqui", frisa Annarella Sanchez..Eva Branco, 22 anos, é uma das bailarinas da nova estrutura. Natural de Leiria, dança nas escolas de Annarella desde os oito anos e encara a criação da nova companhia como "um ato de coragem":."Infelizmente, em Portugal, a cultura não tem sido apoiada como gostaríamos que fosse, e tanto para a cidade como para o país é muito bom, porque vamos tentar subir o nível da dança em Portugal e mostrar ao povo português que se conseguem fazer trabalhos melhores e mais ricos"..Depois das provas dadas pelo projeto de Annarella Sanchez na formação, a bailarina acredita que é momento de provar a nível profissional.."Vamos arriscar e estamos prontos para aceitar este desafio. Acho que vamos conseguir. É o meu país e a minha cidade e é um enorme orgulho fazer parte desta pequena flor, que espero que cresça muito. Esperamos que esta companhia também alcance a dimensão de companhias estrangeiras"..Sábado, na primeira apresentação ao público, a Companhia de Ballet de Leiria interpreta "Chopiniana (Les Sylphides)", de Michel Fokine, e estreia "Alívio de luto", uma obra do mexicano Ricardo Flores, um dos coreógrafos da estrutura. Também vão dançar duas das jovens estrelas do Conservatório Annarella Sanchez, Francisco Gomes e António Casalinho.