Como retirar o SNS dos Cuidados Intensivos?

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O SNS precisa urgentemente de um suporte básico de vida. Não é novidade que o Sistema Nacional de Saúde tem diversas lacunas a serem resolvidas, mas sem dúvida que a primeira começa pelos profissionais de saúde e a sua gestão.   

A nova Lei de Bases da Saúde, aprovada em Dezembro de 2018, introduz uma alteração que prioriza o Setor Público em detrimento do Setor Privado, com o objetivo de colocar mais profissionais de saúde a trabalhar a tempo integral no SNS. A prestação de cuidados de saúde premia a sua centralização no Estado, admitindo a contratação a entidades privadas e sociais, condicionada à avaliação de necessidade. É referenciada a prevenção dos conflitos de interesse nos profissionais e o reforço do princípio da cooperação e da resposta pública como norma.   

A ausência de planificação a médio e longo prazo dificulta a identificação objetiva de carências existentes a nível humano e tecnológico. A permanente desorganização dos horários de trabalho por insuficiência efetiva, correlacionada com a ausência de reconhecimento e compensação remunerada de profissionais de saúde, faz com que a oferta privada suplante o projeto público, através de melhores condições laborais. Esta tendência continuada faz do Sistema Nacional de Saúde, um setor deficitário e com menos capacidade de resposta.   

Parte da resolução deste problema pode ser colmatada através do acesso direto a uma ferramenta com uma rede de enfermeiros registados, que permita dar resposta aos reforços de equipa necessários nos diferentes serviços e unidades. Acabando com as trocas de horários constantes, sobrecargas de equipas e as consequentes chamadas, mensagens e emails.    

Uma plataforma que centraliza a contratação e alocação dos mesmos num só local, onde as unidades de saúde registadas podem, de forma autónoma, preencher vagas através de um banco de enfermeiros pré-validados, junto da Ordem dos Enfermeiros que apoia ainda na divulgação.  

A concentração destes meios numa fonte de dados referenciados, onde as unidades de saúde possam ser competitivas, simplificará a gestão de faturação e pagamentos aos enfermeiros. No caso de uma empresa de inovação tecnológica-social, com uma solução que resolve o problema da falta de enfermeiros, esta conseguirá nivelar rácios enfermeiro-utente e prestar cuidados de saúde de qualidade aos utentes.   

Existem várias estratégias a deixar à consideração: Um serviço de consultoria personalizada quanto a abordagens de comunicação e atração de profissionais, ou a criação de uma bolsa de enfermeiros favoritos, conjuntamente com uma análise em tempo real sobre o preenchimento de turnos na sua unidade.   

O Serviço Nacional de Saúde urge uma resposta concisa e imediata para colmatar as deficiências sentidas nas bases do seu funcionamento. Talvez com um novo CEO isso seja visto de forma mais clara. Resta-nos pôr em prática uma solução. 

Co-Founder & COO da MyCareforce

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